ABSTENÇÕES
Como era de se esperar, as abstenções aumentaram consideravelmente nestas eleições 2020. Em meio à pandemia de Covid-19, mais de 29,5% dos 70,4 mil eleitores deixaram de votar. Alguns preferiram a praia; outros nem se deram ao trabalho de sair de casa mesmo. Ao todo, 20.842 eleitores optaram por não votar em prefeito neste ano, segundo dados apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2016, 22,24% não votaram (15.024 eleitores). Somando os faltosos, mais brancos e nulos, o índice de votos perdidos soma 45,16%. Isto é, 28,5 mil eleitores descrentes da política local ou sem um candidato preferido. É um dado importante. Já a maioria, 41,8 mil eleitores, votou em um dos candidatos a prefeito da cidade.
COEFICIENTE
Para prefeito, quem tem mais voto vence a disputa. Para vereador não é bem assim. Por exemplo, Sargento Coran (651 votos), Moacir Genuário (634), Cristiano Gaioto (596), Gerson Rossi (484), Baiano do Planalto (463), Luiz Escoteiro (460) e Ernani do PT (416), o 17º em votação, não entraram. Mas entraram Ademir Jr. (416), Marcos Segatti (404), Márcio do Boxe (389), Dirceu Paulino (377), Luzia Cristina (376), Mara Choqueta (370) e Dra. Joelma (294), que foi exatamente a 34ª mais votada da cidade. Isso se deve ao coeficiente eleitoral, regra inventada para dar certo poder ao partido político, mesmo o brasileiro votando na pessoa, não na legenda. Definitivamente não é uma boa regra, particularmente, para eleição municipal.
RUINS DE VOTOS
Se, por um lado, a vereadora Sonia Módena foi a candidata mais votada na história de Mogi Mirim, com 2.356 votos, na outra ponta aparecem os ruins de votos. Entre eles, 28 não conseguiram atingir nem uma dezena, casos de Mayella Zani, com apenas um votinho, Mosca Açougueiro (7), Luzia Amiga de Sempre (8), Marcio Coxinha (9). A lista dos ruins de voto segue ainda com Luiz Mostardinha (11) e, claro, com Diego Oliveira (12) e Felipe Oliveira (13), que, não por caso, são filhos pródigos de Luiz Henrique de Oliveira, presidente do Mogi Mirim EC e candidato a prefeito lanterna nas eleições, com apenas 394 votos, menos de 1% dos votos válidos.
COINCIDÊNCIA
Em um histórico recente, o candidato a vereador mais votado da cidade tem sido aquele que disputa sua primeira reeleição. Foi assim com Robertinho Tavares, eleito pela primeira vez em 2004 e candidato mais votado em 2008, com 1.968 votos. Com Cinoê Duzo a mesma coisa. Eleito pela primeira vez em 2008, foi reeleito em 2012 com 2.032 votos e ainda conseguiu repetir o feito em 2016, quando obteve 1.275 votos. E agora a história se repete com Sonia Módena, eleita pela primeira vez em 2016 e reeleita neste ano com 2.356 votos. Robertinho já está no quinto mandato consecutivo; Cinoê, no quarto. Será que é um bom presságio para a vereadora Soninha?
ARRASADO
Esta semana, dois dias após o resultado adverso nas urnas, o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) recebeu a reportagem de O POPULAR para uma entrevista. Estava visivelmente abatido. “Momento difícil. Confesso que não esperava o resultado”, disse, com a voz embargada. A decepção é tanta que ele próprio admitiu se afastar da Prefeitura neste finalzinho de mandato, deixando o comando da Administração com a vice-prefeita Lúcia Tenório (Cidadania), que foi eleita vereadora. “Confesso que pensei, sim, em deixar a Dra. Lúcia terminar o mandato. Ela foi uma companheira correta e leal. Depende da disposição dela para assumir”, revelou CNB. Mas Lúcia Tenório não assumirá.
PAUSA NA POLÍTICA
O clima na sessão ordinária desta semana, no “day after” das eleições municipais, não poderia ser mesmo outra senão de velório, de um lado, e de festa, de outro. Mas o que chamou a atenção mesmo foram as lágrimas nos olhos do presidente da Câmara, Manoel Palomino (DEM), candidato a vice-prefeito derrotado junto com Carlos Nelson Bueno. No flagrante de O POPULAR, momentos antes do início da sessão legislativa, ele é amparado por Cinoê Duzo (PTB) e Alexandre Cintra (PSDB), reeleitos, e por Gerson Rossi Jr (CDD), não reeleito, sob o “olhar 43” do vereador Magalhães (PSDB), reeleito. O clique foi feito minutos antes de Palomino abrir os trabalhos da primeira sessão pós-eleição. É o choro da dor da derrota de quem sabia que poderia ter chegado mais longe. Ao terceiro mandato como vereador, por exemplo. Agora, pausa na política.
TÚNEL DO TEMPO
EDUCAÇÃO
Cinco escolas e uma creche da Rede Municipal de Ensino vão ser beneficiadas com obras de melhorias e ampliações, que receberão investimentos de R$ 1 milhão. O maior investimento será na Escola Infantil “Ana Isabel”, no Sehac. Serão R$ 198 mil investidos. “Humberto Brasi”, “Prof. Geraldo Pinheiro”, Arco-Íris e Magia, todas na Zona Norte da cidade, e a creche “Fortunato Albano”, na Santa Cruz, também serão beneficiadas com melhorias. Há 15 anos, na edição do dia 19 de novembro de 2005.