EXTRAPOLOU
Com mais de sete horas de sessão legislativa, a Câmara Municipal mais uma vez extrapolou o horário de realização de uma ordinária, invadindo a madrugada de terça-feira, 19, nesta semana, como fez em outras ocasiões. A sessão de segunda-feira, 18, foi terminar por volta das 2h do dia seguinte. E olha que não teve nem a fase do tema livre para os vereadores falarem. Mesmo assim falaram bastante. É que estavam em discussão e votação projetos importantes para o desenvolvimento da cidade, como a revisão do Plano Diretor, sempre com pontos nefrálgicos, e programas habitacionais para construção de casas populares para os mogimirianos, inclusive no Distrito de Martim Francisco.
PLANO DIRETOR
A votação da revisão do Plano Diretor foi concluída já no início de terça, após discussão e votação, primeiro, das emendas dos vereadores, algumas aprovadas, outras rejeitadas – leia mais à página A3 -, depois dos mais de 25 títulos e capítulos, um a um, que compõe o extenso Plano Diretor de Mogi Mirim, que tem como viés principal o desenvolvimento habitacional, como a criação de programa de construção civil em lotes urbanizados, e, claro, industrial para a expansão das indústrias instaladas e, principalmente, atração de novos empreendimentos e, consequentemente, geração de emprego e renda. O maior senão ficou por conta da manutenção das restrições que engessam o desenvolvimento comercial, como a burocracia, por exemplo.
POVO PRESENTE
Mais uma vez a Casa Legislativa estava ocupada por quem é de direito, o povo. Compareceram em peso os moradores de Martim Francisco, interessados na aprovação de uma área no Distrito, para construção de casas populares, e das Chácaras São Marcelo e Sol Nascente, interessados na alteração do zoneamento da região para não mais permitir a instalação de empresas na região, que não foi aproado. Continua tudo como está hoje – Zona Prioritariamente Residencial 1, com permissão de atividades comerciais, institucionais e de serviços, mas desde que não cause perturbação do sossego. O vereador Gebê (União) parabenizou o comprometimento dos cidadãos aos assuntos de seus bairros.
GREVE
Não tem como não falar de greve dos servidores públicos municipais, que nesta semana entrou na terceira semana de paralisação, com destaque para as áreas da Saúde e Educação. Há cerca de 500 trabalhadores de braços cruzados por reajuste de, no mínimo, 7%. A Prefeitura insiste em dar 2%. Municípios da região deram 10% a 11% sem pensar muito. Enquanto isso, crianças estão sem aprendizagem e sem merenda e a população em geral com dificuldades de se vacinar contra a Covid-19 porque, muitas vezes, não há profissional para aplicar a vacina, embora a área da Saúde esteja com mais de 30% de seu quadro trabalhando normalmente. O sindicato diz que vai apurar possível omissão de prestação de serviço por parte da Prefeitura.
TÚNEL DO TEMPO
PREFEITO ‘IMORAL’
A vereadora Márcia Róttoli (PDT) fez grave acusação na Câmara, segunda-feira. Afirmou que o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) vai se beneficiar pessoalmente com a transformação do loteamento Residencial Jequitibás em condomínio fechado, que terminou aprovado na mesma noite. Segundo Márcia, a área do condomínio, que era de uso público e passa a ser privado, era de CNB. (…) “Não acho ilegal, mas um ato antiético e imoral da parte do prefeito”, afirmou ela ao O POPULAR. “O fato de o prefeito ser beneficiado pelo projeto está em terceiro lugar. Por si só, o projeto é inconstitucional”, afirmou a vereadora, apoiada em parecer da promotora de Justiça, Cristiane Corrêa de Souza Hillal. Há 15 anos, na edição do dia 21 de abril de 2007.