DESGASTE
A queda de braço entre o governo Paulo Silva (PDT) e os servidores municipais em greve chegou ao fim esta semana. Aparentemente, pode-se dizer que a Administração saiu vencedora. Porque conseguiu manter até o fim o índice de 2% de reajuste salarial proposto, não melhorando nenhum décimo disso a mais. Mas a avaliação que se faz nos bastidores, após os 29 dias de paralisação, com escolas e creches fechadas e postos de saúde com atendimento reduzido, é de que a imagem do governo e, principalmente, de Paulo Silva, sai muito arranhada. Segundo membros do próprio governo, o desgaste político dessa crise deve influenciar – e muito – no resultado das próximas eleições municipais, e negativamente.
‘TURRÃO’ E ‘CRUEL’
O vereador Cinoê Duzo (PTB), um dos mais atuantes junto aos servidores grevistas, responsabilizou diretamente o prefeito Paulo Silva pelo recorde do tempo de greve na Prefeitura, um dado negativo que entra para a história da cidade e do pedetista. “O responsável por essa greve estar acontecendo até o dia de hoje [segunda-feira, 25] chama-se Paulo Silva. (…) Eu duvido que ele dê mais de 2%, porque ele já provou que ele é turrão, que ele é cruel ao ponto de cortar o pão de vocês [servidores] de cada dia. (…) Mesmo que vocês aprovem os 2% eu sou contra e voto contra”, disparou o petebista. O reajuste salarial de 2% precisa da aprovação da Câmara para entrar em vigor. Se reprovado, o índice será ZERO.
INFERNO ASTRAL
Além da crise com os servidores municipais dado o baixo índice de reajuste, o governo de Paulo Silva ainda teve de lidar com uma pressão externa. Enquanto oferecia 2% de aumento, cidades da região, como Mogi Guaçu, Itapira, Estiva Gerbi, Artur Nogueira e outras davam 10, 11% de aumento. Como vocês acham que os servidores de Mogi se sentiram? E não é só. Em relação ao transporte, logo no início o governo Paulo Silva sobe a tarifa do circular em mais de 14%, passando de R$ 4,20 para R$ 4,80. Enquanto isso, cidades vizinhas, como Artur Nogueira e Santo Antonio de Posse anunciavam “catraca livre”. E em Itapira, a passagem caiu de R$ 4,50 para R$ 2,50. Em Mogi Guaçu, aos domingos custa R$ 1 e aos sábados, R$ 2. Assim, é covardia.
ESTRATÉGIA
Passada a greve de 29 dias dos servidores municipais, com apoio amplo da população em geral, o foco do prefeito Paulo Silva passa a ser, a partir de agora, em construção de moradias populares – muitas moradias. A Administração Municipal busca um empréstimo de R$ 15 milhões para investir em habitação. E, assim, tentar ganhar a confiança da população novamente. Em uma reunião na Câmara Municipal, no dia 20, membros da equipe de governo trataram desse assunto com os vereadores, uma vez que, para se contrair um empréstimo milionário desses, se precisa, primeiro, da aprovação dos representantes do povo. Afinal de contas, quem vai pagar a conta vai ser o próprio povo mogimiriano.
TÚNEL DO TEMPO
TRANSPORTE PÚBLICO
A passagem de ônibus circulares vai ser reajustada para R$ 1,85. O índice é superior a 20% em relação à tarifa atual de R$ 1,55. Para o usuário que optar pelo cartão com, no mínimo, cinco unidades, pagará um pouco menos: R$ 1,78 por viagem. A data que a nova tarifa entrará em vigor ainda não foi definida. A tarifa atual não é reajustada há três anos, desde que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) passou a exigir a realização de nova concorrência pública para a exploração do serviço. Agora o obstáculo está superado a partir do contrato de concessão assinado com a Viação Santa Cruz. (…) A empresa opera o serviço de transporte coletivo na cidade desde 1967. E pelo novo contrato operará por mais 15 anos. Há 15 anos, na edição do dia 29 de abril de 2007.