Mais de 800 crianças e adolescentes foram assistidas pela Alma Mater desde 1992. Os caminhos destas pessoas são inúmeros. Alguns nunca mais cruzaram com o da entidade. Outros, estão fantasticamente entrelaçados. É o caso de Welington Cláudio Pinheiro, o Tom. Ele nasceu em 1989, em Mogi Mirim e sua relação com Alma Mater teve início em 1997.
E não foi só ele, como também a irmã. “A minha vida com meus pais não era fácil, era de muita dificuldade e muitos problemas. Mas ficou pior quando meu pai morreu e meu avô colocou minha mãe pra fora porque a casa era dele e nós não tínhamos onde morar. Pelo que me lembro, falaram pra minha mãe que tinha uma casa que cuidava de crianças e, na minha lembrança, a minha mãe nos levou pra Alma Mater”.
Foi assim que tudo começou. Hoje, este vínculo pode ser retratado em duas palavras: gratidão e amor. As lembranças são inúmeras e uma delas é de um Natal. “No dia do Natal a gente acordava bem cedo e no pé da cama tinha um saco de presente grande e da cor vermelha e cada criança ganhava um e tinha de tudo. Tinha calçado, roupa, perfume”. Mas não eram apenas as datas comemorativas. No dia a dia, certos gestos também eram especiais.
“Uma lembrança que eu tenho é de uma funcionária e a gente chamava ela de tia Dina. Toda vez que eu ia dormir eu pedia para ela fazer carinho no meu braço para eu dormir e, enquanto eu não dormia, ela não parava de fazer carinho no meu braço”.
Os anos se passaram e Tom constituiu uma bela família. Tem esposa e três filhos de sangue (Gabriel, Miguel e Davi), e outros de coração. Assim como foi adotado pela casa, adotou a casa para si e hoje é voluntário no local que o abrigou quando mais precisou.
“O bom é que quem foi acolhido pela Alma Mater tem história e tem experiência e quem tem história e experiência pode compartilhar com os jovens que hoje estão lá”. Toda família tem que estar fundamentada e alicerçada em respeito e educação. Essas são regras básicas que um homem ou uma mulher tem que ter. Eu não tive isso na minha casa junto com meus pais, mas tive isso na Alma Mater, onde me ensinaram e me instruíram a ser um homem melhor no meio de uma sociedade”, contou.
Em um coração marcado pela gratidão e pelo amor, tem um pedacinho reservado para alguém que há anos se dedica à entidade e que hoje caminha lado a lado com Tom.
“Eu não posso deixar de falar uma palavra que a tia Valdivia sempre falava para mim e para todos. Ela sempre dizia assim: ‘aqui é a casa de vocês’. Nós costumávamos fugir, mas ali era nossa casa, era o nosso lar, era o nosso aconchego. Era como se ela estivesse dizendo assim: ‘vista a camisa da Alma Mater, seja grato, abrace a oportunidade e não deixe passar por entre os seus dedos porque aqui é o seu lar e nós somos a sua família. Então, eu também não posso deixar de agradecer à tia Valdivia”.
Frases que marcaram a trajetória de um homem moldado pela Alma Mater e que hoje, através de seu exemplo, será para crianças e adolescentes o que a “Tia Dina” ou a “Tia Valdivia” foram para ele. Espelho. E multiplicadoras de amor e gratidão.