O secretário de Saúde, Jonas Alves Araújo Filho, o Joninhas, afirmou que a dívida com os fornecedores da pasta é um problema que vem desde 2014, segundo ano da gestão de Gustavo Stupp (PDT). A informação foi divulgada durante entrevista à reportagem de O POPULAR, na última semana. Na ocasião, Joninhas ainda confirmou que a decisão em deixar a área da Saúde é certa, uma vez que pretende se dedicar mais ao cargo que ocupa na Secretaria de Governo. Uma coletiva deve ser marcada para anunciar as mudanças.
Em uma breve análise, o secretário apontou a crise financeira como fator responsável por comprometer a prestação dos serviços pela rede pública de saúde. “A crise afetou esses pagamentos e a gente quer que o financeiro se comprometa a acertar esses atrasos”, cobrou. Segundo ele, a secretária funciona bem, mas a dívida com fornecedores de materiais e medicamentos, por exemplo, tem prejudicado o trabalho.
De acordo com Joninhas, muitos exames estão parados por conta desse problema. O secretário não soube precisar a quantidade, no momento, garantindo que todos esses dados serão repassados ao futuro gestor da pasta. Recentemente, a imprensa, local e regional, noticiou o cancelamento dos agendamentos para exames de sangue e fezes nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município.
O secretário deve permanecer na função até essa semana. O nome de seu substituto ainda não foi divulgado pela Prefeitura. Possivelmente, será alguém de uma das coordenações da parte técnica. “Elas (as coordenações) vão assumir juntas e eleger um secretário”, contou.
A intenção é que a equipe técnica fique no comando da pasta, o que deve facilitar também o relacionamento com o Conselho Municipal de Saúde (CSM). Para isso, o secretário disse que já garantiu emendas para aumentar o orçamento da área em R$ 2,4 milhões. O objetivo de Joninhas também é deixar a Secretaria de Saúde com certa autonomia, de modo que a mesma possa assumir as transferências de valores.
O secretário ainda explicou que sua saída foi uma decisão pessoal, tomada com aval do prefeito, entre o fim do ano passado e começo de 2016. O motivo foi o acúmulo de funções. À frente de duas pastas, Joninhas não tem encontrado tempo hábil para se empenhar como gostaria. “É um cargo que precisa de 24 horas de dedicação”, destacou.
Sobre a experiência na área, que assumiu por ter um conhecimento prévio do setor, ainda na época em que era vereador, o secretário declarou que foi uma das principais que teve. “Muito boa essa passagem. Aprendi muito. Na Saúde, você acompanha a rotina, as pequenas dificuldades”, declarou.
Ações
O secretário acredita que, embora o prédio esteja pronto, ativar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada na região da zona Leste, é uma medida inviável por ser um serviço de alto custo. “A médio prazo não tem chance”, afirmou. Para Joninhas, esse atendimento já é prestado de forma satisfatória pelo hospital Santa Casa e, por isso, não existiriam motivos para essa transferência, que acabaria onerando os cofres públicos.
No entanto, ele não descarta a possibilidade do espaço ser utilizado para outras finalidades a fim de atender à população, o que pode ser feito através do Pró-mulher, ambulatório de feridas ou doenças cardíacas, por exemplo. Outra ideia é remanejar a UBS Doutor Vanderlei Silva Bueno, na Vila Dias, para o local. Todas as propostas estão sendo estudadas pela comissão do Conselho de Saúde, que deve apontar a mais viável das opções.