A decisão da Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim (Lifamm) de não aceitar mais inscrições de jogadores de outras cidades em torneios organizados em 2014, noticiado por O POPULAR em sua edição de quarta-feira, diverge opiniões de dirigentes de clubes. No próximo ano, atletas das séries A, B C e da Copa Veteranos, que não possuírem ligação comprovada com o município serão impedidos de atuar. A norma foi sacramentada de forma quase unânime em reunião que contou com a presença de 16 dirigentes da liga. Houve apenas um voto contrário.
Com a novidade, os jogadores terão que comprovar ao menos dois itens que provem alguma ligação com a cidade, como residir, trabalhar ao menos um ano com carteira assinada ou votar em Mogi.
Dirigente da Tucurense e treinador do clube da zona Norte durante 13 anos, Everton Bombarda aprova a decisão tomada pela liga, mas acredita que um diálogo com os clubes era necessário. “Particularmente sou contra atleta de fora jogar aqui, nunca fui a favor, eles vem só para aproveitar. Mas tem que conversar mais sobre isso”, disse.
A declaração do presidente da Lifamm, Sílvio Capitoni ao O POPULAR, onde afirmou que a liga terá pulso firme na decisão será fundamental para ele. “Vai ter que ter o pulso firme de aguentar a rebeldia dos clubes depois”, cobrou.
Diretor da Vila Dias, campeã em 2012 e finalista na Série A em 2013, José Eduardo da Silva apóia a decisão mesmo com a iminência de perder o goleiro Deivinho, um dos destaques do clube nos últimos anos, morador de Mogi Guaçu. “A decisão foi boa para o campeonato, vale a pena testar isso, vai dar oportunidade para os mais jovens. Eu acho que será positivo”, opinou.
Novacoop pode parar
Presidente do Novacoop, atual campeão da Série A, Paulo Arnizal, que também acumula o cargo de segundo vice-presidente da Lifamm, foi o único a votar contra na decisão da diretoria da liga. “Eu concordo em pegar jogador de fora, se não pegar um ou dois (jogadores) não tem benefício”.
Chateado, afirma que até a participação do clube no campeonato em 2014 está ameaçada. “Eu não garanto não, vamos ver primeiro a opinião do time”, desabafou.
Multicampeão com o Piteiras, além de acumular títulos com Vila Dias, Cecap, e outros clubes, José Duzze Netto, o Zito, que no último campeonato amador treinou a equipe da Santa Cruz, não concorda com a nova regra. Em sua opinião, os clubes precisariam participar da decisão. “Deveria ouvir os clubes e ver a opinião de todos. Eu não aprovo, acho que deveria ser livre. Quem vai ao campo é para ver jogador diferenciado”, explicou.
Para Zito, a regra deveria valer também para jogadores de Mogi que atuam em outras cidades, como Mogi Guaçu. “Deveriam proibir jogador daqui jogar no Guaçu”, opinou.
