Começou a corrida eleitoral de 2022. Desde 20 de julho (e até 5 de agosto) passou a ser permitida a realização de convenções partidárias para deliberar sobre coligações e escolher candidatas e candidatos à presidência da República e aos governos de Estado, bem como aos cargos de senador, deputado federal, estadual e distrital. Legendas, federações e coligações têm até 15 de agosto para solicitar o registro de candidatura dos escolhidos.
Por aqui ainda é tímida a oficialização de candidatos. Porém, as especulações durante o período de pré-campanha (que mais parece um drible na legislação eleitoral) foram gritantes e resultaram até em gritos errados. Ao lançar este ou aquele pré-candidato, houve quem falasse que nossa cidade estava tendo a chance de eleger “o primeiro deputado de Mogi Mirim”. Não é verdade.
Desde o Império o nosso município ocupou cadeiras importantes na política através de figuras notórias. João Teodoro (Xavier de Matos) não é um aleatório nome dado a uma rua central. Foi presidente da província de São Paulo, ou seja, o equivalente ao atual posto de governador do Estado, entre 21 de dezembro de 1872 e 30 de maio de 1875.
Delfino Pinheiro de Ulhoa Cintra Júnior, irmão de Antônio Pinheiro de Ulhoa Cintra, que empresta seu nome a outra via importante da cidade, nasceu por aqui em 1838 e foi nomeado, por carta imperial, presidente da província de Santa Catarina, onde governou de 8 de julho a 13 de novembro de 1872. Elegeu-se Deputado Geral (equivalente ao atual status de Deputado Federal) por São Paulo à Assembleia Geral (cargo atual de Deputado Federal), para o período de 1872 a 1878, e integrou a Assembleia Legislativa de São Paulo, entre 1884 e 1889.
Ainda tivemos, entre períodos imperial ou republicano, eleitos como deputado nomes como Décio de Queiroz Telles, Benedicto Neto de Araújo e Nagib Chaib. E ainda tivemos Eduardo da Cunha Canto como senador. Ou seja, no currículo de Mogi Mirim, só falta um presidente da República vinculado à nossa cidade. Mas é claro que falta mais.
O último deputado relacionado diretamente com Mogi Mirim foi José Theófilo Albejante, o Bépe. Vereador e prefeito na cidade, foi eleito como deputado estadual de 1975 a 1979. Desde então só temos figuras próximas, como o ex-deputado federal Carlos Nelson Bueno, que é de Mogi Guaçu e o atual deputado estadual Barros Munhoz, que é ligado a Itapira.
A eleição deste ano oferece uma gama de nomes. Alguns, mesmo nascidos em cidades vizinhas, estão diretamente conectados com Mogi Mirim, seja pelo trabalho, familiares ou residência. Outros, são daqui mesmo. Temos jovens e mais experientes. Temos homens e mulheres. Temos figuras da política e gente que se pode dizer “nova” nesta carreira.
Fato é que é fundamental que, neste período de campanha, nos aproximemos de todos eles e possamos ouvir suas propostas. Se realmente desejam nos representar na Alesp ou no Congresso ou se só estão testando a popularidade para a eleição municipal de 2024. Quais são suas propostas e se desejam seguir o legado de sucesso dos nomes acima citados. Mogi Mirim tem história na política e merece que, quem deseja representá-la, respeite isso. E, acima de tudo, respeite a obrigação de ser nossos representantes em pleitos para que possamos buscar, cada vez mais, o caminho do progresso.