Dois casos de supostos desaparecimentos de crianças na cidade nesta semana fizeram soar o alerta de pais e familiares para os cuidados com as crianças. No sábado, um menino de três anos de idade quase foi levado em plena luz do dia, no Centro, e na terça-feira, um garoto de 11 anos sumiu da casa da avó, mas foi encontrado à noite.
Até setembro do ano passado, o Estado de São Paulo já havia registrado mais de 15 mil desaparecimentos de pessoas em 2013 de acordo com o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e estima-se que cerca de 40% dos casos sejam de crianças e adolescentes. Segundo o Programa de Crianças Desaparecidas do Estado de São Paulo, nove mil crianças e adolescentes desaparecem por ano, ou seja, uma por hora.
A inocência das crianças e muitas vezes a falta de atenção dos pais são fatores facilitadores para que os desaparecimentos ocorram.
De acordo com o capitão da Polícia Militar de Mogi Mirim, Marcelo Soares Cavalheiro, algumas medidas simples, tomadas desde cedo com as crianças, podem evitar o pesadelo de ter um filho sumido.
“É importante ensinar a criança a decorar o endereço onde mora, telefone e nome completo, além de decorar o telefone 190 da PM para pedir ajuda”, explica. É preciso ensinar a criança também que, se estiver perdida, deve procurar uma pessoa fardada para pedir ajuda.
Se a criança ainda for muito pequena e não souber falar, a opção é colocar um cartão com todos os dados na mochila, ou utilizar pulseiras de identificação. “O ideal mesmo é as crianças ficarem junto dos pais ou responsáveis quando estiverem fora de casa, principalmente em locais movimentados”, afirma.
Outra atitude que deve ser tomada por parte dos pais é estimular a desconfiança na criança, para que ela não aceite presentes e convites de estranhos, e se estiver perdida e sendo levada por alguém, gritar bem alto por socorro.
Providências
Se caso o desaparecimento ou sequestro ocorrer, é importante que os familiares comuniquem imediatamente a Polícia Militar e elaborem um boletim de ocorrência. “Nesse momento a família precisa ter calma para tentar lembrar algumas informações que sejam importantes para a polícia, como a roupa que a criança usava, o local onde esteve pela última vez, características físicas marcantes.
Além disso, qualquer histórico de ameaça que a criança tenha sofrido ou se ela relatou alguma conversa com adulto que a tenha sondado, tudo deve ser informado aos policiais”, explica o capitão. Pai e mãe também devem sempre ter em mãos uma foto recente da criança ou adolescente para facilitar a identificação.
Se o sumiço da vítima ocorreu perto de casa, os pais também devem verificar se a criança não foi para a casa de parentes ou amigos, além de chamar a polícia.
Relembre o caso
Na manhã de sábado, uma família estava em uma loja de eletrodomésticos no Centro da cidade, com seu filho de três anos. O menino teria pedido à mãe para ir a uma loja de brinquedos ao lado, e ela permitiu. Quando ele estava a caminho da loja, uma mulher o segurou pelo braço e o estava levando embora. Um vendedor viu a criança chorar e desconfiou da cena, abordando a suposta sequestradora que, assustada, fugiu. A Guarda Civil Municipal foi chamada, mas não conseguiu encontrar a mulher nas imediações. A criança foi devolvida aos pais.
Já na tarde de terça-feira, um menino de 11 anos não foi encontrado em casa pela avó, após ela deixá-lo para ir ao banco. Quando retornou, o irmão mais novo, de 9 anos, relatou que o garoto havia saído de casa, próxima ao Zerão, com uma mochila e um tablet e entrado em um carro prata com três homens dentro. A Polícia Militar foi acionada e, horas depois, encontrou o menino jogando futebol na Vila Dias.