As 13 notificações, multas e reclamações da população sobre a coleta de lixo parecem ter agilizado um projeto visto com bons olhos pela Prefeitura, e que poderá ser colocado em prática até o início do ano que vem. O governo de Carlos Nelson Bueno (PSDB) estuda municipalizar o serviço, assumindo o controle das atividades e buscando dar fim aos seguidos problemas no serviço, essencial no que diz respeito à limpeza pública. Outro benefício será a redução de custos, abaixo dos R$ 500 mil pagos mensalmente à Construrban, empresa responsável pela coleta.
Um projeto já é elaborado pela Secretaria de Serviços Municipais, comandada pelo secretário José Paulo da Silva, o Zé Paulo. A possibilidade foi aventada pelo próprio secretário na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira, em participação na Tribuna Livre, atendendo requerimento do vereador Geraldo Bertanha, o Gebê (SD).
“Temos um contrato com eles, que foi renovado para seis meses, com vencimento em 5 de maio. Vou deixar claro que, infelizmente, vamos ter que renovar, talvez por mais 6 meses, devido ao valor que hoje a Construrban cobra de nós”, antecipou Zé Paulo.
A Prefeitura paga à empresa R$ 265 pela tonelada de lixo coletado, segundo o secretário, valor bem abaixo do encontrado no mercado. “Se abríssemos uma nova licitação, esse valor saltaria para mais de R$ 300 (a tonelada)”, justificou.
A municipalização seria facilitada por uma nova ajuda da Caixa Econômica Federal (CEF), “salvadora da pátria” no financiamento para obras de infraestrutura do Parque das Laranjeiras, em valor que chega a quase R$ 20 milhões. “A Caixa Econômica Federal ofereceu ao prefeito um financiamento para investimento nessa área, então realmente voltamos a estudar essa possibilidade. Se isso vier a ocorrer, um projeto será encaminhado para a Câmara (para aprovação dos vereadores). Por que tudo isso? Redução de custos, essa é a intenção da Administração Pública”, disse.
O estudo pela municipalização é algo debatido dentro do Poder Público desde o ano passado. “Gostaria de adiantar que renovamos por seis meses porque havia a intenção da Administração de municipalizar a nossa coleta, porém, financeiramente isso não foi possível. Mas, não descartamos a possibilidade. Voltamos a conversar no começo do ano, e ainda existe sim essa possibilidade de a Prefeitura municipalizar a coleta do nosso lixo municipal.”, garantiu o secretário.
Funcionários do Consórcio Intermunicipal Pró-Estrada (Cemmil) também estão incluídos dentro do projeto, tanto na coleta de lixo como de galhos e entulhos. “Sem a Cemmil não conseguiríamos municipalizar em hipótese alguma”, assumiu José Paulo.
Notificações e Multas
O descontentamento com o trabalho oferecido pela Construrban é evidente, a ponto de a aproximação da data de pagamento gerar calafrios em José Paulo e todo o gabinete de Carlos Nelson.
“Quando se aproxima do pagamento dos funcionários da Construrban, nós ficamos apreensivos. Nós dependemos da Construrban emitir os tickets para nós, para confrontarmos com nossas marcações e, nesse confronto, verificar se as medições estão em dia. Se eles não entregarem antes do dia 15, fica difícil fazer o pagamento. Eles melhoraram e estão entregando, no dia 6 e 7. Tomara que continue”, explicou o titular da pasta.
Calendário de galhos e entulhos será reformulado
Outro problema crônico no serviço de limpeza municipal, a coleta de galhos e entulhos pode ganhar um novo calendário, dividido por setores. José Paulo relatou que o atual, lançado pela Prefeitura em 2017 traz uma dificuldade grande em virtude de sua extensão.
“Impossível, é um calendário muito extenso (oito setores), com datas muito próximas, e devido a qualquer chuva, acumulam todas as datas. Não vejo possibilidade de continuar com aquele calendário. De outubro pra cá, estudamos a possibilidade de dividir a cidade por setores, já começamos alguns testes e, se continuar com esse projeto, dará muito mais certo a coleta de galhos e entulhos”, afirmou o secretário.
O objetivo é que o intervalo de tempo que as equipes de limpeza passem por determinados pontos da cidade seja de, no máximo, 15 dias, mas com desejo de diminuição ainda maior deste período. Isso, no entendimento da Secretaria de Serviços, criaria uma fidelidade da população em relação à data exata da coleta, evitando descarte nas ruas e calçadas nos dias em que não haverá retirada do entulho.
José Paulo frisou um compromisso firmado com Carlos Nelson para a melhoria no serviço, inclusive, com o aumento de investimento na compra de maquinários e caminhões. “Em um curto tempo, essa cidade vai estar muito mais limpa e muito melhor”, bancou José Paulo.
