sexta-feira, novembro 22, 2024
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Desemprego: preparação financeira

O desemprego cresceu no Brasil. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no país ficou em 6,2%, em março deste ano. O índice é o mesmo registrado em março de 2012 e o maior desde maio de 2011, quando chegou a 6,4%. Além disso, ainda segundo a pesquisa, o rendimento do trabalhador caiu 3%. Mais gente desempregada e mais gente ganhando menos. Podemos considerar esses números como reflexo do atual momento econômico que o país enfrenta.

A saída súbita de um emprego, em qualquer situação, causa certa dificuldade e mexe, na maioria das vezes, fortemente com nossas emoções. E poderia ser diferente? Não. O local de trabalho não é simplesmente um lugar onde ganhamos nosso dinheiro. Lá, nós construímos relacionamentos, amizades, aprendemos competências que não foram ensinadas nas universidades, etc. É um ambiente muito rico para o campo das emoções e sua mudança, em qualquer situação, balança as pessoas.

Falei do fato subjetivo, mas busco tratar de outro ponto nesta reflexão: a questão objetiva. Como devemos lidar com uma situação de perda de emprego e, consequentemente, de renda? Mesmo com as garantias financeiras que o Estado paga ao perdermos o emprego, como o seguro-desemprego e valores da rescisão trabalhista, na maioria dos casos, ainda sofremos com a falta de dinheiro. A saída é uma só: possuir reservas financeiras adequadas para situações de mudança, como a perda de um emprego.

O brasileiro tende a achar que o Governo tem que lhe ajudar nessas situações, mas convenhamos, as ajudas citadas podem atender uma situação de mudança rápida, mas são insuficientes para uma perda de emprego, onde a relocação no mercado de trabalho pode demorar mais que um ano. Quanto menos dependermos da ajuda dos outros, melhor será para nos tornarmos capazes financeiramente.

Tenha uma coisa em mente: quanto maior for a sua “reserva de emergência”, mais protegido você está. Vários autores divergem sobre qual o valor, contado em meses, devemos ter para conseguir manter um padrão de vida no período de desemprego. Vamos a um caso prático: se uma pessoa gasta R$ 2 mil por mês espera-se que tenha pelo menos um ano de reserva de emergência, no caso, R$ 24 mil. Alguns defendem um valor menor de reserva, mas eu, que já troquei de emprego algumas vezes no passado, penso que fazer um planejamento para se sustentar por um ano, ainda mais se a pessoa for responsável por um grupo familiar, é um prazo ideal.

Diversas ações podem te ajudar a economizar enquanto ainda está empregado (já pensando no pior). Por exemplo: se mudar para um lugar onde o aluguel seja mais barato e mais próximo de pontos de ônibus e metrô; utilizar marmitas no trabalho com alimentação mais saudável e equilibrada; avaliar trocar o serviço de uma empregada por uma faxineira; e vender tudo que não usa há mais de dois anos e pagar todas as dívidas que você tenha, mesmo as sob controle.

Aqui, vale a pena chamar toda a família e avaliar novas formas de reduzir gastos. Ser demitido ou sair de um emprego em uma situação aonde a economia do país vai bem, é uma coisa. Perder o trabalho no atual momento de crise econômica em que vivemos, é outra bem pior. Fazer um planejamento financeiro para conseguir se sustentar por um ano já dá certa tranquilidade para reorganizar a vida e conseguir uma recolocação no mercado. Não devemos ser paranoicos. Isso nunca prejudicou financeiramente ninguém, só ajudou!

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