segunda-feira, setembro 16, 2024
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Desgosto de transporte público

Não é de hoje que o transporte público de Mogi Mirim está precário e nem é novidade que está longe de ser exemplo de qualidade. Um transporte coletivo caro e que pouco oferece aos seus usuários, em termos de estrutura e conforto, não afeta apenas a mobilidade urbana de uma cidade, mas também traz aspectos negativos para a vida cotidiana do cidadão.

Imagine os muitos munícipes que dependem do transporte para trabalhar todos os dias da semana e durante o trajeto se deparam com situações inaceitáveis. Recentemente, as redes sociais foram tomadas por diversas críticas com relação aos ônibus. Isso porque está virando rotina os veículos quebrarem no meio do percurso ou, até mesmo, antes de deixarem os pontos.

E se, em um desses veículos, um passageiro precisa ir ao médico com urgência ou não pode faltar ao trabalho ou ainda tem uma prova na escola? São perguntas necessárias e que a Expresso Fênix Viação Ltda., empresa que teve recentemente a anuência do Poder Executivo para substituir a Santa Cruz Transportes, precisa responder oferecendo um serviço decente, conforme o cronograma de recuperação e modernização da frota que apresentou à Prefeitura.

O transporte público afeta tanto o dia a dia das pessoas que é um dos maiores causadores de estresse, segundo apontam especialistas e integrantes do Movimento Passe Livre (MPL). Ele é o quarto maior problema das cidades para 12,4% da população de 319 municípios brasileiros, ficando atrás apenas da violência e segurança, da saúde e do desemprego, de acordo com pesquisa sobre o perfil da mobilidade urbana nas grandes cidades, divulgada em agosto, durante o Seminário Nacional NTU 2017 & Transpúblico, que teve como tema a Qualidade no transporte público: uma demanda social.

Ainda de acordo com a pesquisa, realizada pela Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 38% deixaram de utilizar o ônibus e 35,85 passaram a usar o carro. Entretanto, 62,6% estariam dispostos a voltar a se deslocar de ônibus caso os valores das tarifas fossem mais baixos e houvesse rapidez na viagem e flexibilidade para as opções de volta.

O estudo também mostrou que 61,1% das pessoas consideram que o Poder Público é o responsável pela melhoria do transporte público. No caso de Mogi, por exemplo, embora a Administração tenha determinado a notificação da empresa pelas falhas e aplicação de multa, caso as irregularidades no transporte não fossem sanadas imediatamente, é preciso se pensar em uma medida mais enérgica, até o rompimento com a Fênix. A população não pode continuar “pagando o pato”.

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