sexta-feira, setembro 20, 2024
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Dialógo é essencial na luta contra o estupro

A última semana foi marcada por, ao menos, duas notícias que acabaram chocando a sociedade, que são casos relacionados à violência sexual. Em Mogi Mirim, as manchetes dos noticiários da cidade trataram sobre o caso de uma jovem, de 13 anos, segundo sua mãe, com atraso mental, que teria sido estuprada por um homem de 66 anos, quando os dois saíram para buscar água em uma bica de água, na zona Leste. Ele está sendo acusado de ter promovido atos libidinosos contra a garota e acabou detido pela Polícia Militar.

Já, em âmbito nacional, o que se destacou nos noticiários foram as acusações contra o médium João de Deus, suspeito de inúmeras práticas de abusos sexuais contra mulheres. Muitas delas, criando coragem para denunciar o homem. Há suposições de que até mesmo crianças possam ter sido vítimas e o caso vem sendo conduzido pelo Ministério Público. Já outro caso de estupro chegou até a imprensa de Mogi Mirim no último mês, quando uma moça, de 22 anos, ao se dirigir para sua casa, na zona Leste, no início da noite de uma segunda-feira, chegou a ser violentada sexualmente por dois homens, que consideraram digno o ato de tocar no corpo de uma pessoa sem o consentimento da mesma.

Estupros chocam a sociedade, mas o que ainda falta é que o diálogo sobre o assunto seja expandido, em âmbito doméstico ou em espaços públicos, como escolas. Muitos sentem vergonha e medo de denunciar quem comete o abuso, até porque, de acordo com o Atlas da Violência, de 2018, diversos indivíduos acusados são cidadãos bem próximos da vítima e de sua família e com quem possuem uma relação de confiança. De acordo com o documento, que pode ser acessado na internet por qualquer pessoa, crianças e adolescentes são os que mais passam por situações como esta.

O estudo ainda frisou que aproximadamente 30% dos casos de estupros contra as crianças se dão por familiares próximos, como pais, irmãos e padrastos. Muitas vezes, as crianças e jovens, por imaturidade, não conseguem perceber as reais intenções dos criminosos. Por isso, é de extrema importância o diálogo, e que os pais e/ou responsáveis expliquem que isso pode ocorrer e como pode se dar. Os jovens precisam de orientação e foi por meio de uma conversa com a filha que a mãe da jovem, citada inicialmente, teve ciência do caso específico.

É importante que as pessoas tenham em mente que o estupro não se configura somente em atos de penetração, mas engloba atos libidinosos indesejados, como carícias, por exemplo. É preciso questionar as intenções! Infelizmente, ainda há pessoas que consideram decente tocar no corpo do outro sem consentimento. Então, que a sociedade considere justa a luta contra esse crime e não tenha medo e vergonha de denunciar e tratar sobre o assunto. Tenha coragem e não seja omissa (o)! A culpa não é, em hipótese alguma, da vítima.

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