Ensinar as crianças a se alimentarem de maneira correta é essencial, pois pode prevenir a obesidade infantil que, como conseqüência, pode acarretar outros problemas de saúde, inclusive, nas idades mais avançadas. Os bons hábitos devem ser incentivados desde os primeiros dias de vida e os pais e familiares são importantes exemplos para os pequenos. Nesta semana, com o objetivo de orientar algumas mamães, a nutricionista clínica, que atua em atendimento ambulatorial – AME Mogi Guaçu – e em atendimento domiciliar personalizado para todas as idades, em especial para gestantes e nutrizes, Renata Del Santo, esteve em Mogi Mirim e realizou uma palestra. As mamães fazem parte de um grupo de Whatsapp que troca informações sobre os cuidados com os bebês.
De acordo com a nutricionista, o aleitamento materno é recomendado com exclusividade até os sexto mês de vida. Somente após é que as crianças estarão aptas a receber outras formas de alimentação. “A alimentação complementar deve ser iniciada por volta dos seis meses, de maneira gradual até que a criança possa receber os alimentos consumidos pela família, em torno dos 11 a 12 meses de idade”, destacou Renata.
De acordo com a profissional, a introdução dos alimentos deve ser iniciada com frutas, que devem ser oferecidas em formatos de papas e/ou sucos. A preferência deve ser para as frutas mais doces, maduras e da época. Atenção: não é preciso adoçar os sucos e nem as papas para agradar ao paladar dos bebês. “As papas de frutas devem ser introduzidas no horário correspondente ao lanche da manhã ou da tarde. Os sucos de frutas poderão ser dados pela manhã ou em dois horários (manhã e tarde), sempre no intervalo das mamadas. Inicialmente, a criança deverá receber pequena quantidade de suco, que será aumentada progressivamente até o volume máximo de 100ml/dia”, destacou.
Após a introdução das papas e sucos de frutas é que as crianças estarão aptas a receberem as primeiras refeições com sal. Elas devem ser oferecidas para os pequenos no horário de almoço ou no jantar, preferencialmente entre o sexto e o sétimo mês de vida.
Renata orienta que as papas salgadas devam fornecer todos os tipos de nutrientes e elaboradas da seguinte forma:
– 1ª fase: tubérculo + proteína animal+ hortaliça (verdura e/ou legume);
– 2ª fase: cereal ou tubérculo + proteína animal + verdura + legume + leguminosa.
“Ela deve ser preparada com óleo vegetal, acrescentando-se os temperos naturais: alho, cebola, salsa, cebolinha e sal (mínimo). Os diversos alimentos devem ser variados gradualmente, após a obtenção de uma aceitação regular da primeira papa oferecida. Entre os 7 e 8 meses de idade, deverá ser introduzida a segunda refeição de sal”, concluiu.
Importante
É importante ter em mente que a manutenção do aleitamento materno deve seguir em andamento até os dois anos ou mais, se possível. Caso seu bebê, ou aquele que você conhece, não se alimente no seio, é imprescindível iniciar a alimentação completar a partir do quarto mês de vida.
Além disso, é importante frisar que alguns alimentos são proibidos até o 1° ano de vida, como o mel, itens com açúcar, sucos em pó, embutidos, frituras, balas, guloseimas, salgadinhos, etc.
Seja o exemplo!
Renata comentou que uma das maiores dificuldades da família para oferecer às crianças uma alimentação saudável é a falta de tempo. Este quesito acaba levando muitas pessoas a optarem pela alimentação mais rápida e fácil, mas que nem sempre é a mais saudável. Algumas crianças a partir de então já começam a manifestar resistência a alguns alimentos.
Para ajudar a mudar a percepção da criança, Renata deixou duas dicas. “Eu sugiro que a mãe faça a criança participar do preparo de algum prato para que ela se envolva e talvez prove o que ela fez. Uma outra estratégia seria preparar um prato atrativo, pois se algo chama a atenção da criança, ela terá a curiosidade de provar”, destacou.
“É importante ressaltar que os pais são os exemplos para os filhos, não adianta dizer para o seu filho comer legumes enquanto você come batata frita. Seja o exemplo!”, finalizou.
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