O torcedor do Mogi Mirim Esporte Clube está vacinado. Após anos acompanhando a deterioração de um dos maiores patrimônios da cidade, o mogimiriano observa, escaldado, as notícias de que o Sapão da Mogiana vai voltar ao futebol profissional em 2023.
Durante a semana, uma das redes sociais do clube, que é mantida pela ala ligada ao presidente Luiz Henrique de Oliveira, o LHO, anunciou a presença do Mogi nas reuniões oficiais da Federação Paulista de Futebol (FPF) para a realização da edição 2023 da Segunda Divisão.
Na segunda-feira, 30, o clube foi representado no chamado pré-conselho técnico, promovido por meio de videoconferência. O Sapo foi um dos 40 clubes que participaram do encontro e surge como um dos 28 que, de acordo com a Federação, estão com todas as situações regularizadas para participar da competição.
O Conselho Arbitral foi marcado para terça-feira, 7, a partir das 15h, também por meio virtual. As equipes que não participarem da reunião estarão fora do torneio em 2023. Entre os ajustes exigidos pela FPF está a liberação do Estádio Vail Chaves, o que ocorreu, formalmente, no dia 26 de janeiro. Nesta data, Fábio Moraes, diretor executivo de competições da entidade esportiva assinou portaria garantindo que o estádio está apto a receber qualquer evento esportivo profissional e amador organizado pela Federação, “devido à apresentação de Laudo de Condições Sanitárias e Higiene com status de regular e vigente”.
A expectativa agora é pela confirmação da volta do Mogi ao profissionalismo após mais um ano de hiato, algo que se tornou rotina desde que o clube passou a ser administrado por LHO e sua família. Além do caos financeiro, com dívidas acumuladas tanto na esfera cível como na trabalhista, a situação desportiva é a pior já vista em mais de 100 anos de história.
Luiz Henrique assumiu o clube em 2015, quando o Mogi figurava entre os 40 principais clubes do país e estava na elite estadual em 28 dos últimos 30 anos. Aí começou a ruína. Em 2015, caiu para a Série C e em 2017 para a Série D, competição que disputou em 2018, dando adeus a uma série de sete anos com calendário nacional.
No Paulista, caiu da A1 para a A2 em 2016, da A2 para a A3 em 2017 e da A3 para a Bezinha em 2018. A queda livre foi ainda pior pela interrupção da presença em competições profissionais, já que, em 2019, após 42 anos, ficou fora do estadual. Voltou apenas em 2021, quando fez a quarta pior campanha entre os 36 clubes participantes e foi o lanterna de seu grupo, ficando ausente no ano passado.
Reunião
Os 12 clubes que estiveram no pré-conselho e estão com pendências, precisam se acertar até esta sexta-feira, 3, para poderem participar do Conselho Arbitral do dia 7 e ter chance de estar no campeonato em 2023. AE Araçatuba, Francana, Inter de Bebedouro, Santacruzense, Atlético Mogi, União Mogi, Taquaritinga, Colorado, Jabaquara, Olímpia, Osvaldo Cruz e União São João são as agremiações que se encontram neste cenário. As pendências dos clubes podem ser de algum tipo de documentação com a Federação, de ordem financeira ou de laudos sobre o estádio em que mandarão as suas partidas.
América de Rio Preto, Amparo, Barcelona Capela, Batatais, Catanduva, Ecus de Suzano, Fernandópolis, Flamengo de Guarulhos, GE Osasco, Guarulhos, Independente, Joseense, Manthiqueira, Mauá, Mauaense, Mogi Mirim, Nacional, Paulista, Penapolense, Rio Branco, São Carlos, São-carlense, Ska Brasil, Tanabi, Tupã, União Barbarense, Vocem e XV de Jaú aparecem como os 28 clubes sem pendências.
Além de acertar a quantidade de participantes e o formato de disputa em 2023, outro tema importante e que ficou para a reunião do dia 7 é sobre um desejo antigo da FPF: voltar a ter uma quinta divisão em São Paulo. Em caso de aprovação, os clubes que não ficarem entre os 16 melhores neste ano serão rebaixados, lembrando que apenas duas equipes sobem para a Série A3 de 2024.
Previsto para começar no dia 23 de abril, o Campeonato Paulista da Segunda Divisão será, mais uma vez, no formato sub23, os clubes poderão inscrever até 26 jogadores, sendo que, atletas da base, desde que tenham comprovados seis meses ininterruptos no clube, podem ser inseridos na chamada lista de base (lista B), podendo até cinco deles serem utilizados em cada partida.
FOTO: Divulgação/Facebook do MMEC