Uma série de temas sobre o caos vivido pelo Mogi Mirim é abordada em entrevista com o presidente Luiz Oliveira. Dividida em quatro partes, a entrevista tem o primeiro bloco nesta edição, com abordagem das dívidas protestadas. Oliveira manifesta não ter conhecimento da situação exata, expondo a desorganização do clube.

O Mogi Mirim tem um histórico de finanças equilibradas e hoje se encontra em situação difícil. Há títulos protestados, ações trabalhistas de ex-funcionários e ex-atletas, gramado em condições precárias, veículos sem manutenção. Qual a responsabilidade do antecessor Rivaldo?
O clube na verdade sempre teve um problema de fluxo de caixa, isso não é de hoje, é de domínio público. A gente está tentando equilibrar as finanças, receita contra despesas. Não conseguimos ainda, continua deficitário. E estamos tentando cobrir algumas coisas emergenciais. Diretamente à sua pergunta, não sei se esse déficit ou essa dificuldade é uma herança que já veio antes do Rivaldo, porque o Rivaldo também fez muito aporte no clube. O fato é que eu como gestor estou tentando zerar isso. Fazendo algumas mudanças estruturais, seja em termos de pessoal, de redução de custos de quadro de funcionários, de fornecedores, com vistas a equilibrar. A gente tem dificuldades, mas temos conversado, procurado os credores, que não são poucos neste momento. Como você falou, temos títulos protestados e estamos acertando. Estamos com uma programação de pagamentos. Alguns já receberam, outros ainda não, mas a ideia é acertar com todos. Quanto à reclamação trabalhista, na verdade o clube tinha pego algumas em andamento, isso aumentou mais um pouco nos últimos meses, porque quando você precisa sanear o clube, precisa fazer uma reorganização administrativa, em recursos humanos, por exemplo, infelizmente você vai precisar cortar muito mais cargos, mais salários e conforme a demanda das demissões aumenta, proporcionalmente as reclamações também. Mas em linhas gerais, o Mogi tem feito todos os pagamentos, seja cumprindo acordo com a Justiça ou antes de chegar na estância do judiciário, nós tratarmos direto com as partes envolvidas, no caso com quem a gente deve.
Você pode informar os principais credores e seus créditos?
Para ser bem honesto, talvez você saiba até melhor do que eu. Eu não fiz esse levantamento, como sei que estou devendo? Porque o credor chega aqui e bate na porta, manda e-mail, liga, vem trazer um cheque aqui, uma duplicata vencida. Exatamente esse número de quantos são, como está a razão proporcional disso eu não sei. Mas sei que tem alguns, já teve mais, hoje tem um pouquinho menos, mas ainda tem bastante.
Vimos que havia cerca de R$ 96 mil em títulos protestados. Seria uma questão de cerca de R$ 100 mil para acertar tudo? (valor atualizado no cartório ontem estava em R$ 100.089,80)
Sim, você vê como você está mais atualizado que eu, para mim era até menos, estava em torno de R$ 50, R$ 60 mil.
Não se sabe se diminuiu, porque você pode ter acertado, mas ainda precisa dar baixa no protesto. Pode ser que não esteja devendo mais esse valor… É isso?
Pode ser, com muitos aconteceu isso.
Você disse estar acertando aos poucos, prioriza os de valor menor ou maior?
Estamos começando pelos de menores valores.
Você busca um empréstimo para esse acerto ou outro tipo de receita? Há uma conversa com os credores?
Temos conversa com os credores. Tem um trabalho duro de tentar gerar essa receita com negociação de jogador, coisa que está difícil, você tem que se virar nos 30.