Eu juro. Não sei por que sinto isso, nem queria sentir, mas é mais forte que minha racionalidade. Eu tenho nojinho de preço nos produtos e de etiquetas nas roupas. É um pavor na verdade! Não tem nada a ver, eu sei, afinal são partes dos produtos, mas gente só de ver começa a me dar um “siricutico” e sinto até ânsia heheheheh. Um abuso do meu organismo! Sabendo disso, por várias vezes já correram atrás de mim com preço, para colar no meu braço. Credo! Capaz de me desmaiar. E imaginem o que eu sinto quando vejo uma pessoa na fila, na minha frente, com a etiqueta para fora da roupa. Eu passo mal! Sem brincadeira.
Ah eu tenho uma amiga, e isso eu concordo com ela também, que sente nojinho daquela comida que fica na pia depois de lavarmos louça, sabe? Gente do céu, eu acho que não deve existir um único ser humano na vida que coloque as mãos naquela água cheia de restos de comida e que sinta o coração pular de alegria. Eu tô dizendo dos pequenos pedaços de coisas, sei que muitos despejam tudo no lixinho antes de mergulhar os itens na pia, mas sempre acabam ficando espalhados aqueles grãozinhos de arroz, pedacinhos alheios que se molham e se tornam molengos e arghhhhhh. Pelo amorrrrrrrrr!
Tenho um amigo que tem pavor de galinha. Ora, galinha! Segundo ele, galinha é um bicho nojento (oi?) e medonho (oi?). Ah, eu até que gosto de galinhas. Ele me contou que uma vez o pai dele o soltou no galinheiro. Imaginem, quase matou o menino!
Já a minha tia tem nojo de baratas, daquelas cascudas então, ela disse que sente até arrepios. De barata eu sinto também, ainda mais porque elas têm um cheiro horroroso (dá pra sentir que tem barata vida louca escondida só de abrir a porta do armário) e ficam mexendo aquelas antenas finas. Só de pensar, arrepio no nojinho.
Estava xeretando na internet e aquela página Buzzfeed já até abordou essa temática, o que prova que os nojinhos são mais presentes na vida do ser humano do que parece. Lá eles citam a questão de tocar em comida na pia (que já dissemos), de cabelo dos outros no azulejo do banheiro, lambida de cachorro, lambida de gato, que tem a língua áspera, pôr a colher na boca e depois de volta no pote de comida, comer no prato de outra pessoa, cheiro de açougue, microondas com aquele cheiro, que sabe né?, espinha com ponta branca, pedaço de unha dos outros e até cheiro daquelas lojinhas que vendem de tudo heheheh.
Tenho certeza que devem existir pesquisas sobre a mente do ser humano que dão conta de explicar essas nossas questões. Se alguém quiser esclarecer sobre o assunto, pode entrar em contato comigo, que vamos colocar esses nojinhos em pratos limpos. Só que, pelo amor, não venha me servir um chá feito de etiquetas fervidas. Vocês acreditam que eu morro de medo que alguma pessoa possa ter a audácia de fazer isso e me matar do coração?
Ah, e vocês, têm nojinhos do quê?
Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.
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