A disciplina de informática na grade curricular de alunos na rede municipal de ensino terá novidades a partir de 2016. A ideia da Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, é transformar a disciplina em uma ferramenta didática, fazendo com que os professores atuem como uma espécie de monitores, ficando à disposição de outros docentes, de qualquer disciplina, durante o período de suas aulas. Na prática, os profissionais seriam auxiliares nas salas. A medida visa à utilização das ferramentas e conhecimentos técnicos da informática na grade. Caberia a cada professor optar pela colaboração da informática em suas aulas.
Nos últimos dias, um grupo de vereadores da oposição visitou escolas municipais e viu de perto a estrutura oferecida na área de informática, segundo eles, ideal para a continuidade das disciplinas.
Na sessão da Câmara Municipal na última segunda-feira, o tema foi motivo de uma Tribuna Livre, que contou com a presença de Roberta Melo Francato, coordenadora de secretaria na Educação municipal, e da professora de informática, Simone Simoso. Segundo ela, em um primeiro momento, através da secretária de Educação, Márcia Róttoli, foram apresentadas aos professores duas propostas, a primeira pela exclusão da disciplina na grade curricular, na visão de Márcia sem benefício aos alunos, que estariam aprendendo o mínimo necessário.
A segunda tratava sobre a manutenção da disciplina, mas caberia aos próprios docentes mostrarem à secretária o contrário daquilo que pensava.
Diretrizes
Percebendo a possibilidade da extinção da disciplina, os docentes se articularam e criaram diretrizes baseada em leis, teorias e ferramentas técnicas, com enfoque pedagógico, para alunos do 1º ao 5º ano, e profissionalizante, voltado para os estudantes do 5º ao 9º ano, visando à preparação para o mercado de trabalho.
O fato de parte dos professores não ter sido avisada pela secretaria também gerou um mal-estar entre as partes, já que nas próprias escolas o posicionamento de diretores em relação ao assunto era divergente.
A mudança gerou descontentamento dos vereadores. “É um absurdo encerrar algo que é um diferencial para os nossos alunos”, reclamou Dayane Amaro (PSDB).
A opinião foi acompanhada por Osvaldo Quaglio, companheiro de partido. “Como que pode de uma hora para outra querer extinguir as aulas de informática”, indagou.
Coordenadora diz que intenção é exaltar professores
Ao usar a tribuna, Roberta Melo Francato esclareceu que uma pesquisa junto ao Ministério da Educação (MEC), professores e diretores foi realizada a fim de avaliar a disciplina e seu formato dentro da rede municipal. Ela explicou que o formato buscado pela secretaria é o de fazer com que a informática torne-se uma ferramenta didática.
Uma das intenções á aliar o aprendizado dos livros didáticos com lousas digitais, presentes nas escolas e ferramenta considerada essencial para o ensino em Mogi. Segundo ela, seriam atribuídas 16 aulas ao invés de 16 salas de aula. “Acreditamos em uma melhora, não queremos menosprezá-los, mas sim exaltá-los. Eles ficarão à disposição de outras disciplinas”, disse a coordenadora.