Caros leitores, tenho parado para observar, mais atentamente nas últimas semanas, formas diferentes de chamar uma notícia nas mídias oficiais da Prefeitura. E quero aqui compartilhar com vocês as minhas avaliações, que tem a ver com política também, claro.
Quando a notícia é positiva observei o uso do verbo no presente do indicativo. Tem voz ativa. Quando a notícia tem denotação negativa observei o uso do verbo no particípio do passado. Tem voz passiva.
Vejamos dois exemplos:
“Conselho de educação implementa melhorias para o setor”.
“Evolução na estrutura das escolas da rede municipal continua”.
“Clínica de idosos é interditada”.
“Munícipes são multados por falta de uso de máscaras”.
A diferença entre os dois primeiros exemplos e os dois últimos, todos pincelados nas mídias digitais da Prefeitura, é gritante. Não significa que um está certo e o outro, errado. As duas formas são aceitas. A diferença é que uma mostra o agente da ação, com o verbo no presente do indicativo, e o outro se esconde, com o verbo no particípio do passado.
Por que isso acontece? Porque quando se fala em multar munícipes, por exemplo, é uma notícia pertinente, mas que pega mal para o agente da ação, no caso a Prefeitura. É aquele negócio: quando a notícia é boa, quero aparecer; do contrário, o contrário. Afinal, ninguém quer “pagar” de lobo mau na história, ainda mais em ano eleitoral.
Vejamos como os dois últimos exemplos saíram na edição digital de O Popular:
“Vigilância interdita clínica de idosos com surto do novo coronavírus”.
“Prefeitura multa 13 munícipes em R$ 267 por falta de uso de máscaras”.
Ficou claro?
Enfim, é aquela velha história do emprego da expressão “dois pesos, duas medidas” para designar reações diversas de um mesmo fato, segundo a conveniência do interessado. Como dizem por aí: “se é adversário, é ladrão; se é aliado, é perseguido”.
Por hoje, só sexta que vem.