Detentor de uma cadeira cativa no Estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira, o torcedor João Francisco Davoli ficou revoltado com a decisão do Mogi Mirim de transferir a partida diante do Botafogo-RJ para o Estádio Kléber José de Andrade, em Cariacica, Espírito Santo. O jogo será no dia 11 de setembro, uma sexta-feira, às 21h30. O Mogi vendeu o mando de jogo para empresários. Os valores não foram divulgados. “Não foi uma decisão fácil, principalmente nesta fase do time, mas foi uma decisão administrativa para ajudar neste período de transição”, explicou o assessor da presidência do Sapo, Cristiano Pereira da Rocha, ao site oficial do Mogi.
A transferência foi motivada por motivos econômicos. Além de lucrar, o Sapo deixará de ter risco de prejuízo como ocorre nos jogos em casa devido ao pequeno público, com renda insuficiente para custear as despesas das partidas.
Para Davoli, a transferência deveria ser revertida. “Paguei cativa para assistir jogo o ano inteiro”, reclamou, contando que fez o pagamento de R$ 300 no início de 2015 e vivia a expectativa de ver o Botafogo.
Davoli questiona que se o jogo do Botafogo é transferido, isso pode acontecer com as outras partidas. No entendimento do torcedor, além de prejudicar o Sapo na luta contra o rebaixamento, a transferência beneficia o clube carioca e prejudica os concorrentes do Botafogo na briga pelo acesso. “Vai vender os outros também? Por que só no jogo do Botafogo”, pergunta.
Na opinião de Davoli, a transferência prejudica até a campanha de Sócio-Torcedor, que será lançada em 21 de setembro. “Como o presidente vai pedir pra gente ser sócio-torcedor, fazendo isso?”, questiona.
Procurada por O POPULAR, a assessoria de comunicação do Mogi informou que o clube não irá responder às reclamações, entendendo ser um direito do torcedor reclamar. Questionada se a tendência seria transferir outros mandos, explicou que por ora foi uma situação pontual. Perguntada se os resultados do programa Sócio-Torcedor poderiam modificar a postura da diretoria em uma possível futura nova oferta, a assessoria admitiu que as respostas da cidade influenciam nas decisões e frisou que o clube precisa de ações para sobreviver.
Treinador
Embora entenda o aspecto administrativo, do ponto de vista técnico o treinador Sérgio Guedes considera sempre ser melhor atuar em casa. “Quem manda tem uma possibilidade maior de vencer. Se há algo a ser considerado é que vamos jogar como visitante, o adversário vai ter a torcida a seu favor”, explicou.
Porém, entende que a forma de jogar do Botafogo não será alterada. “Eu entendo que o Botafogo jogando aqui ou em outro lugar atacaria da mesma forma. As ocasiões pra gente ter o resultado vão acontecer”, resumiu.