Na quarta-feira, 17, o governador do estado de São Paulo, João Doria, anunciou que os times paulistas da Série A1 do futebol profissonal poderão retomar os treinos no próximo dia 1º de julho. O retorno ocorrerá com uma lista de medidas de contenção do vírus, como o teste de jogadores e comissão técnica para a Covid-19, assim como medição de temperatura de todos os presentes nas práticas.
Outro detalhe importante é que os protocolos se referem apenas aos treinamentos e ainda não há uma data para a liberação de jogos da Série A1. “A retomada das partidas será avaliada em fases posteriores e sempre em conjunto com a Federação Paulista de Futebol e a Confederação Brasileira de Futebol”, afirmou Doria. Nos bastidores a informação é de que os jogos da Série A1 só acontecerão após o dia 1º de agosto, com portões fechados para a torcida e com protocolos sanitários que ainda serão avaliados e publicados.
A atual decisão de flexibilizar a rotina das agremiações de futebol é válida apenas para os 16 clubes que compõem esta faixa da chamada “Primeira Divisão”, que ainda conta com outros 16 na Série A2 e mais 16 na Série A3. Não há definição sobre a retomada dos treinos das agremiações destas séries.
O mesmo vale para os 42 clubes inscritos previamente na Segunda Divisão, apelidada de Bezinha. O Mogi Mirim Esporte Clube teve a inscrição confirmada neste que é o último degrau do futebol estadual. Porém, para poder disputar o torneio, o Sapão aguarda atualmente uma decisão judicial para a definição legal da sua diretoria.
A decisão do governo estadual, por mais que tenha sido clara quanto aos que se beneficiarão dela, ainda assim gerou dúvidas quanto ao protocolo adotado em relação ao esporte em geral. E a resposta é simples, sobretudo em relação a Mogi Mirim: por enquanto, segue tudo como está.
“A solicitação que veio primeiro e mais bem formatada foi a do futebol, da Federação Paulista de Futebol, para os clubes profissionais da Série A1”, disse, em relação a não autorização da retomada de treinos de outras atividades esportivas, o coordenador do centro de contingência da Covid-19 em São Paulo, Carlos Carvalho.
Mesmo com a liberação, clubes e a Federação Paulista de Futebol (FPF) não ficaram satisfeitos. Em nota, a FPF afirmou que “o anúncio, com o distante reinício das atividades, causou estranheza, já que o Protocolo de Retomada Gradual aos Treinos preza, em primeiro lugar, pela saúde de todos envolvidos”.
A entidade reforçou dizendo que as consequências aos atletas da manutenção do veto até o fim do mês serão reais. “Assim, os profissionais do futebol, que dependem de seu condicionamento físico para exercer suas atividades, seguem impedidos de trabalhar, sem que haja uma explicação plausível e científica”. A Federação Paulista de Futebol convocou reunião virtual para tratar do tema com os 16 clubes, promovida nesta quinta-feira, 18.
Demais
A informação é de que está sendo feita uma avaliação para verificar se o retorno de treinos é possível para outras modalidades esportivas (profissionais e amadoras). A resposta será dada pelo governo do estado no próximo dia 26, em coletiva de imprensa. Ou seja, por enquanto, as atividades esportivas que geram aglomeração estão vetadas conforme decreto municipal.
As competições que estavam em andamento antes da suspensão continuam sem definição de retorno e conclusão. São os casos da Copa Municipal de Futebol Rural e da Copa Municipal de Futsal Adulto, organizadas pela Sejel (Secretaria de Esporte, Juventude e Lazer) e da Copa de Futebol Society, promovida pela Lifamm (Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim).
Os campeonatos que teriam início após 18 de março continuam proibidos de começar. É o caso das séries A, B e C da Copa Lifamm de Futebol Amador e também da Copa Veteranos. Além disso, modalidades como futsal e voleibol, que contam com equipes próprias da Sejel e natação e handebol, que possuem parcerias com a Pasta, também veem seus campeonatos ainda sem datas para retornar. Ou seja, a flexibilização anunciada nesta semana ocorre única e exclusivamente para a retomada dos treinos dos 16 clubes da Série A1 do Campeonato Paulista organizado pela Federação Paulista de Futebol (FPF).
Restrição
Carvalho ainda pontuou que se caso o município em que fica a sede oficial do clube tenha avaliação vermelha no “Plano São Paulo” o time terá que treinar em outra cidade. Desde o fim de maio, o governo sinaliza por meio de cores a avaliação dos indicadores da Covid-19 em áreas paulistas, para ordenar a retomada da economia. Os estágios vão de vermelho (para a pior avaliação epidemiológica) a azul (a melhor avaliação).
Atualmente, há regiões apenas nas duas fases mais “baixas” de reabertura. A liberação foi decidida na véspera, em reunião entre representantes do Governo do Estado, clubes, Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo e Federação Paulista de Futebol. O protocolo sanitário e de segurança foi submetido à análise e aprovado por especialistas do Centro de Contingência do coronavírus do Estado.
Em Mogi Mirim
Enquanto os números da Covid-19 crescem em Mogi Mirim, a Guarda Civil Municipal (GCM) continua com suas operações preventivas, fiscalizando eventos irregulares em que haja aglomeração de pessoas. Durante o feriado prolongado de Corpus Christi e o fim de semana, diversas intervenções de conscientização foram realizadas. No domingo, 14, as equipes de segurança foram acionadas para checar um alerta de partida de futebol irregular ocorrendo na zona rural. Rapidamente, viaturas se deslocaram ao local e encerraram o duelo.
Atividades esportivas com agrupamento de pessoas e contato físico, como jogos de futebol, basquete e handebol, têm suas realizações proibidas no município, seja em área pública ou particular. A suspensão é proveniente do protocolo atual imposto pelo Plano São Paulo, projeto do governo estadual que define diretrizes ao enfrentamento da pandemia. Além de verificação a praças atléticas, também foram executadas operações em pontos diversos, como bares e restaurantes.
Denúncias podem ser encaminhadas à GCM pelo disque 153, ou entrando em contato pelo WhatsApp (19) 3806-3193. Conforme explicou o secretário de Segurança Pública, José Luiz da Silva, é necessário que haja parceria entre população e Poder Público para checar irregularidades pela cidade. “Antes da fiscalização, é preciso conscientização. Se o cidadão flagrar desrespeito às leis e às medidas de distanciamento social, ele deve acionar as equipes de segurança”, frisou José Luiz.
Foto: Cesar Greco/Palmeiras