A Cultura e o Esporte sempre foram os irmãos pobres de todas as secretarias. As áreas, que ficam com a fatia mais fina do bolo de verba, são esquecidas pelo Poder Público com frequência. Pouco se considera o fato desses setores interferirem diretamente na educação e na saúde, bem como na qualidade de vida dos moradores de uma cidade. Nos últimos três anos, a Cultura esteve praticamente “em coma”. Raros eram os eventos promovidos.
Algumas ações só foram concretizadas pela boa vontade de uma ou outra iniciativa particular, como exemplo a 1ª Feira do Livro, sediada no Centro Cultural Professor Lauro Monteiro de Carvalho e Silva, em agosto do ano passado. A Cultura deve ser vista como um bem e, portanto, merece atenção e investimento. Quando bem tratada e organizada, ela passa a fazer parte do cotidiano das pessoas, ajuda a acolher crianças e adolescentes em situação vulnerável, sem contar que não tem restrições; faz bem para todas as idades.
Na última semana, o secretário da pasta, Marcos Antonio Dias dos Santos, o Marquinhos, trouxe boas novas e apresentou à imprensa alguns dos projetos que pretende colocar em prática na área. Um respingo de esperança parece ter pairado no ar com a notícia. Entre as medidas anunciadas, o secretário elencou a reforma do prédio, sobretudo da sala de dança, hoje sucateada e sem condições de uso. Semanalmente, a sala recebe cerca de 400 pessoas para aulas de balé, dança de salão, dança do ventre, dança de rua, entre outras.
O Espaço Cidadão, no Centro, e Teatro de Arena, localizado à Avenida Luiz Gonzaga de Amoedo Campos, todo pichado em sua estrutura, também entram na lista das reformas. Desativado há anos, outra ideia de Marquinhos é reabrir espaço do Museu do Centro Cultural e, assim, preservar toda a história da cidade, contada através de peças e documentos. Além de tentar trazer exposições itinerantes, a proposta ainda inclui fomentar o movimento de artistas locais e reverter fundos para a área cultural.
A alternativa será obter apoio pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), iniciativa criada em 2006, por meio da Lei Estadual n° 12.268, uma vez que os recursos municipais estão escassos, além da falta de funcionários. Oficinas de dança, música e teatro e a inserção do município em programas culturais do Estado já foram pleiteados à Secretaria da Cultura. Com muitas metas e planos traçados, Mogi Mirim fica na torcida para que o secretário não esmoreça diante das dificuldades, abrace os objetivos com perseverança e vá em busca de reanimar a Cultura.