sábado, novembro 23, 2024
INICIALOpiniãoEditorialÉ importante, mas não merece estátua

É importante, mas não merece estátua

Rivaldo é figura de grande importância na história do Mogi Mirim e contribuiu para a cidade ser conhecida. Como jogador chegou desconhecido ao clube. Em 1992, o Mogi encantou o Brasil com o Carrossel Caipira. O sucesso não teve Rivaldo como figura central, embora fosse um dos destaques. Além de um esquema ousado do técnico Vadão, o Mogi tinha atletas de qualidade em todos os setores, que depois chegaram a grandes clubes, especialmente o trio ofensivo. Na época, muitos entendiam que Leto e Válber eram melhores que Rivaldo, que conseguiu se fixar como o maior fora do Mogi. Até por esse motivo, a imortalização da camisa 11, depois revogada, foi um dos absurdos do uso do clube para homenagens pessoais, como dar ao estádio o nome de seu pai.

Mais tarde, a projeção de Rivaldo fora do Mogi contribuiu para a cidade ser ainda mais falada, embora a projeção inicial tenha sido alcançada com o Carrossel.  Enquanto atleta, Rivaldo sempre foi remunerado, utilizando o Mogi para saltos maiores. Como dirigente, assumiu quando a família Barros se preparava para deixar o futebol na mão de outros investidores. A ideia era terceirizar o futebol e desvinculá-lo da associação para não colocar em risco o patrimônio do clube. Rivaldo apareceu disposto a assumir, mas queria o controle total, com um compromisso assinado por seu ex-braço-direito Bonetti de preservar o patrimônio, o que acabou depois não acontecendo, pois o atual presidente se tornou proprietário dos CTs como forma de quitar dívidas. Embora diga que faz sacrifícios, Rivaldo coloca recursos como empréstimos para depois ser ressarcido.

Disse Rivaldo que quer ver se o torcedor ama o clube como ele ao colocar o ingresso a R$ 100. Se relaciona amor a dinheiro, deveria abrir mão da dívida, devolver os CTs e passar a colocar verba sem o Mogi precisar ressarcir, provando que ama o Sapo. Caso sacrificasse suas finanças, talvez merecesse homenagem. O sacrifício que Rivaldo faz é de tempo, mas tem no Mogi um clube em que pode ser dirigente, treinar, jogar e empregar quem bem entender. Para quem ama futebol, o Mogi é um prato cheio. Ao considerar não ser valorizado pela cidade, ignora honraria concedida pela Câmara Municipal. Por outro lado, deveria entender o motivo de não ser tão valorizado. Embora sua gestão tenha diversos méritos, Rivaldo traumatizou a torcida. Vendeu carnês prometendo jogar no Sapo e seguiu ao São Paulo.

Depois, desmereceu a comunidade e leitores dos jornais da cidade. Dessa vez atinge os poucos torcedores fiéis, inclusive que o apóiam, ao colocar o ingresso a R$ 100 como reação a ofensas de alguns, incluindo todos na mesma vala. É sabido que Rivaldo ajuda entidades e pessoas, mas ao mesmo tempo em que age de forma elogiável e com humildade em certos momentos, em outros expõe uma faceta arrogante e afasta a comunidade. Hoje, seu saldo com a sociedade local está longe de habilitá-lo à honraria de uma estátua.

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments