A denominação do estádio do Mogi Mirim, que já foi alterada três vezes, há muitos anos tem sido alvo de polêmicas. A decisão da nova administração de promover uma votação para escolher o novo nome é inteligente e saudável, pois envolve a comunidade com o clube, atraindo os torcedores para as decisões. Trata-se de um momento histórico que precisa ser bem aproveitado. O torcedor poderá apresentar uma sugestão e depois votar entre os três nomes mais votados.
O fato da comunidade escolher o nome não significa que a denominação será justa, mas ao menos será democrática. Deixar para o povo, muitas vezes resulta em escolhas equivocadas como se pode ver em governos. Porém, o torcedor participará, diferente de antes, quando os controladores do poder agiam de forma centralizadora, com homenagens ao próprio membro da gestão, como no caso de Wilson Barros, ou de um familiar, como na situação de Rivaldo.
Três fatores são importantes: seriedade, estudo e carinho. A seriedade é importante para que se evite ridicularizar com sugestão de nomes absurdos com a intenção de piada, como ocorre em eleições políticas, com muitas vezes votos de protesto elegendo figuras incapacitadas. Caso isso ocorra, colocaria o Mogi em saia-justa. Neste caso, caberia a questão se valeria o bom senso ou se deveria ser deixado o nome escolhido como um símbolo de como a cidade trata o clube. Além de seriedade, é importante o carinho com o estádio para que o torcedor mergulhe no processo de escolha e ajude a definir o nome que considera algo relevante, não apenas se eximindo para depois reclamar.
É importante que a seriedade prevaleça e para que o terceiro item integre o processo: o estudo. Mesmo que haja seriedade e carinho, se o conhecimento for limitado, a decisão fica prejudicada. É importante que o torcedor se debruce no estudo das figuras representativas da história no momento de sugerir ou votar. É fundamental que conheça a personalidade que pretende escolher e procure descobrir outras opções entre ex-jogadores, ex-técnicos, ex-dirigentes, etc. Para ficar em um exemplo, Vail Chaves é para muitos o ex-proprietário e doador do terreno do estádio, o que não se trata de realidade.
O terreno, então sob controle das Centrais Elétricas, foi doado na década de 30 pelo governo do Estado. Nesse processo, para colaborar com o Mogi, agiu o diretor das Centrais, Vail Chaves, que abriu mão da área. Em troca, outro espaço foi cedido pelo governo para Centrais. Quanto maior o conhecimento, mais chances de um nome justo ser escolhido. Depois da definição dos três nomes, seria positivo que o clube proporcionasse um período de reflexões, além de poder divulgar informações sobre cada denominação, ajudando a aprofundar o conhecimento dos torcedores para que a decisão possa ser a melhor possível.