Espaços públicos de extrema tradição e cartões postais de Mogi Mirim, as Praças São José, Rui Barbosa e Floriano Peixoto, o Jardim Velho, ambas na região central, fazem parte da história da cidade. É difícil o mogimiriano que não guarda uma lembrança dos locais e recorda com carinho bons momentos vividos ali, em demasia por moradores do Centro. Com características peculiares, agregam saudosismo e simbolismo.
Entre as duas praças, além de bancos, árvores e qualquer tipo de assento, inseridos dentro da natureza local, agradáveis para momentos ao lado da família, amigos, namorada, ou outra pessoa, existem peculiaridades que remetem à história do município, como o Menino de Bronze no Jardim Velho, o busto de Francisco Cardona, o monumento alusivo à Força Expedicionária Brasileira (FEB), o Coreto e o antigo chafariz na Rui Barbosa e São José. Isso sem contar na história retratada em pinturas nos bancos da praça, que remetem a antigos comércios de Mogi, que marcaram época décadas atrás. Além de tudo isso, abrigam as mais antigas e belas igrejas da cidade, a Matriz de São José e a Nossa Senhora do Carmo.
Se a história fala por si só, no momento, ela está esquecida. Há anos os espaços, tão importantes para a cidade, foram deixados de lado por diversas administrações municipais. O retrato visto nos dias de hoje entristece e levanta a pergunta sobre a causa para que dois pontos tão tradicionais cheguem a tal situação. De um lado, o Jardim Velho é marcado pelo total desleixo do Poder Público, marcado por bancos quebrados, solo danificado, esburacado e falta de iluminação. Abandonado, pede socorro. A situação é vista ainda na Praça Rui Barbosa, onde o cenário também é de abandono.
Contudo, um sopro de esperança parece existir e ter sido iniciado nesta semana.
Uma reunião com representantes dos poderes Executivo e Legislativo, paróquia de São José e Centro de Documentação Histórica Joaquim Firmino (Cedoch) serviu para debater o futuro das praças. O consenso é de que existe o dever da criação de um projeto que modernize as praças sem deixar de lado seus aspectos históricos e culturais, desde a adaptação do quesito acessibilidade até a reformulação de pisos, bancos, cultivo de árvores e demais prioridades. Embora seja tema recorrente nos últimos anos, o encontro desta semana mobilizou todas as partes envolvidas em um mesmo objetivo, com a sugestão de propostas viáveis e práticas.
Nada de planos mirabolantes e audaciosos, mas sim simples ações que resgatem a história das praças. É necessário não apenas uma reforma estrutural, mas algo que mude o conceito dos espaços, capaz de oferecer atrações muito mais do que apenas caminhar ou sentar debaixo de uma árvore, aproveitando a sombra fresca. Por outro lado, não basta apenas conversas. Passou da hora de tirar o projeto do papel, elaborar um projeto aceitável e buscar recursos que custeiem a modernização. Quem agradece é a população.