segunda-feira, abril 21, 2025
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EDITORIAL – Passou da hora de uma nova manchete

Há anos o Laranjeiras só é pauta para se falar da inadmissível carência de estrutura e essa é a fase que precisa obrigatoriamente acabar!

Há notícias que parecem se repetir como em um ‘efeito looping’. Ou seja, parece que estamos presos no tempo. É assim com a Santa Casa de Misericórdia, por exemplo, que há décadas tem manchetes relacionadas a ela com o termo “crise” impregnado. Os nomes da política também estão por aí parece que há séculos.
De fato, desde a década de 70 ouvimos falar sobre Ricardo Brandão e Carlos Nelson Bueno. No mesmo ano em que Brandão ganhou uma eleição por aqui, em Mogi Guaçu foi eleito Walter Caveanha e, em Itapira, Barros Munhoz. E nem precisamos nos prolongar para explicar que eles seguem como líderes políticos em nossas terras.
Outro assunto recorrente é o Parque das Laranjeiras. Criado em 1981, ainda no governo de Ricardo Brandão, o loteamento protagoniza reportagens sobre os seus problemas estruturais. E, desde que nasceu, não importa o político que comandou a cidade ou até mesmo as discórdias judiciais, ninguém foi capaz de dar dignidade àquela região.
E vamos aqui humanizar a situação. Falar que o Parque Laranjeiras precisa de obras é simplificar demais o caso. O Laranjeiras é constituído por vidas. São estas pessoas que carecem do mínimo de atenção. Elas residem no bairro que talvez seja o mais precário de toda a Baixa Mogiana. Nem Itapira, nem Mogi Guaçu, possuem regiões com tantos problemas. Com ruas de terra e buracos enormes.
O alento para estes cidadãos veio com o anúncio da tão aguardada regularização. A partir dela, depois de quase 40 anos, os moradores criaram uma verdadeira esperança de viver em um lugar tão digno quanto de outros conterrâneos. Os maquinários estão nas ruas. Os projetos estão saindo do papel.
Mas, ressaltemos aqui. Esta é uma pauta que precisa sair das nossas redações. Para isso, não se pode ficar inerte a uma notícia de que não há verba para a segunda fase das obras. E nem sequer um projeto. Não é uma questão de depreciação política. É pura e simplesmente um caso de respeito com quem vive em uma área depreciada.
Mesmo a fase inicial, que parece estar a todo vapor, tem prazos que irão obrigatoriamente manter o Laranjeiras como pauta pelas obras. A primeira fase é para terminar em agosto de 2020. A segunda, começa apenas a partir de 2021. E aqui há um ponto vital. Este renascimento do bairro passará por um período eleitoral. Com estas quase quatro décadas de falta de solução para as pessoas que lá residem, o local não pode ser pauta meramente eleitoreira. Que todos os lados envolvidos respeitem quem vive no caos estrutural que sempre foi o Laranjeiras. E que, A, B ou Z, simplesmente, cumpra a obrigação a que se propôs ao se oferecer ao povo como candidato. Sirvam. Sirvam ao Laranjeiras.

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