Caro leitor de O POPULAR, estamos em ano de eleição. Mas não falamos aqui do pleito já em ebulição e que promete ser uma das mais tensas desta jovem república, sobretudo, pelo discurso de ódio que municia a população em uma clara estratégia de colocar irmãos contra irmãos para servir de arma a quem ama o poder.
Hoje estamos aqui para dar a nossa primeira impressão sobre uma eleição mais íntima e também importante. Como rege o inciso II do artigo 120 do Regimento Interno da Câmara Municipal, no dia 15 de dezembro do segundo ano de cada legislatura, sob a presidência do Presidente da Câmara, com a presença da maioria absoluta dos vereadores, deve ocorrer a Sessão Especial para a eleição dos membros da Mesa para o segundo biênio. E estamos exatamente neste citado “segundo ano”.
A atual presidente é Sonia Regina Rodrigues, a quem conhecemos como Sonia Módena. Ela foi eleita em um pleito cheio de polêmica, no primeiro dia de 2021. Geraldo Vicente Bertanha, o Gebê, abriu mão da candidatura e compôs com a vereadora. Já Alexandre Cintra ficou insatisfeito com o pleito e, ainda na tribuna da Casa, apontou ilegalidades na formação da Mesa Diretora, que não sofreu alterações após os apontamentos. O clima, por óbvio, não ficou dos melhores, por mais que, com o decorrer do tempo, se amenizou.
Agora, com o retorno das sessões, ocorrida na segunda-feira, 7, acompanharemos os movimentos e articulações dos vereadores. Um ponto de partida para ficar atento ao pleito de 15 de dezembro está na composição entre Sonia e Gebê. Afinal, o vereador apoiou a atual presidente deixando exposto que, o apoio dele para o biênio 2021/2022 significaria o apoio dela para o biênio 2023/2024.
Porém, até lá quase dois anos cheios terão decorridos. E no meio disso tudo teremos eleições para cargos que interessam a alguns dos atuais membros da Câmara de Mogi Mirim: deputado estadual e deputado federal. Alguém, entre os 17, tem força não apenas para sair candidato como também para vencer? E como esta rede de apoios influenciará no pleito da Mesa Diretora?
E será que Cinoê Duzo deixará de ser o aniversariante que se dá o primeiro pedaço de bolo e, ao invés de sair candidato obtendo como único voto o próprio, fará composição com um colega? Afinal, em uma eleição que conta apenas com 17 votos, um voto pode ser decisivo. E, além dos que já se posicionaram postulantes à presidência em 2021 (Alexandre, Gebê e Cinoê), outros nomes passaram a ver a cadeira presidencial da Casa como sedutora?
Em uma eleição indireta como esta, em que a vontade da população não pesa e sim as articulações internas, nos resta a obrigação de acompanhar ainda mais atentos cada movimento. Afinal, muitas são as responsabilidades de uma Mesa Diretora e papel importante tem um ou uma presidente da Câmara, inclusive, para as eleições municipais de 2024. Que os jogos comecem!