Vivemos dias difíceis, caro leitor. Um período sombreado pelas incertezas. Nosso inimigo máximo é um vírus que não enxergamos e que não possui controle sanitário registrado nos meios acadêmicos. Para piorar, a medida melhor avaliada pelos países que já passaram – ou estão – na fase mais turbulenta da pandemia do novo coronavírus é o isolamento social.
Se, lá na frente, outras formas se tornarem cientificamente comprovadas, deveremos nos apoiar nelas também, lógico. Isso vale para remédios, vacinas e, claro, métodos de redução da infecção. E aqui está um ponto importante. Os números. A pandemia do novo coronavírus é muito mais caótica e perigosa que outras pela alta taxa de contaminação e hospitalização.
Sem medidas preventivas, enfrentaremos um inimigo apêndice ao vírus: o colapso do sistema de saúde. Nesta conta, parece óbvio que membros das castas privilegiadas terão mais chances de se curar. Não vivemos em um planeta em que, quem tem condições financeiras favoráveis, se importa, de fato, com quem não tem. E, infelizmente, combater o alto índice de contaminação, é também lutar pelos menos favorecidos. Pelo próximo.
E, como é sempre bom desenhar, quando falamos em “castas privilegiadas”, aqui não se enquadra a tradicional classe média e, sequer, a classe média-alta. O grupo que vai escapar desta com o menor percentual de baixas será o formado pelos que vivem no alto da invertidíssima pirâmide social brasileira.
Este cenário quase apocalíptico e que, desejamos, não se construa de fato, é um mero exercício de lógica. Seguindo ainda na linha factual, as incertezas da pandemia são gigantes, inclusive, sobre o caos social e econômico que teremos como resultado. Encarar inimigos invisíveis, não palpáveis, é sempre uma batalha cruel. Injusta.
Mas, esta é a nossa guerra e só há duas armas para vencê-la. Se apegar à ciência, esta dádiva concedida à humanidade e que traz os raros momentos de certeza em meio a esta insanidade. A outra é a solidariedade. E isso é para hoje e amanhã. Para sempre. Temos que pensar no próximo mais do que em nós mesmos para superar este vírus e todo o inferno social que se desenha para os próximos anos.
Já é mais do que hora de investir no que é nosso. De gastar no comércio da nossa cidade. De trabalhar pelas oportunidades aos empreendedores e para que estes possam ter condições de empregar a nossa gente. Será um tempo longo de mãos dadas no front, mas, unidos, venceremos todas as incertezas e certezas derivadas desta praga.