terça-feira, maio 6, 2025
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Editorial: A volta às aulas e o foco nas prioridades

Na próxima segunda-feira, 16, parte dos estudantes da rede municipal de ensino retornam às escolas. O plano de retomada foi divulgado nos últimos dias, pela Secretaria de Educação, com a exposição de que, neste primeiro momento, apenas alunos das EMEBs, ou seja, do ensino infantil, do fundamental 1 (1º ao 5º ano) e do fundamental 2 (6º ao 9º ano), voltarão a ter aulas presenciais.

E será em um processo com metade de cada turma em cada semana. Ou seja, 50% voltam no dia 16 e os outros 50%, no dia 23. Isso, claro, se os pais optarem por levar suas crianças, afinal, a ida à escola é facultativa. O que não é opcional, como deixou claro a secretária da pasta, Ana Peruchi, é deixar o estudante sem aula. Há uma preparação para que aqueles que ainda não forem às unidades escolares recebam o material remoto, seja online ou impresso. E os pais assinarão um documento firmando este compromisso.

Enfim, este é um resumo do plano. Seja como for, fato é que a retomada presencial acontecerá. E nós, que não somos técnicos, nem da Educação e nem da Saúde, não parecemos ter a resposta certa se esta é a melhor medida para o momento. Porém, há cenários que não mereciam sequer discussão. E o principal é que a Educação precisa ser prioridade básica da nação.

E para TODOS! Não dá mais para ver crianças nascidas em berços mais reluzentes que outras, iniciando a corrida pelo inevitável mercado de trabalho milhas à frente graças à condição de frequentar o ensino privado. A educação pública precisa avançar e esta é uma missão que cabe aos três níveis de poder executivo: municipal, estadual e federal.

Claro que não é fácil imaginar progresso geral em um país que vê o ministro da Educação dizer que “a universidade, na verdade, deveria ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade. Tem muito engenheiro dirigindo Uber”.
Não, Milton Ribeiro. O sentido de universal não é de exclusão e sim de inclusão. É preciso focar em políticas públicas que insira cada vez mais e mais crianças pobres, em sua maioria negra, no patamar de brigar em igualdade de condições com quem vive privilégios como, por exemplos, filhos e netos de… ministros!

A retomada do formato presencial ainda nos gera insegurança. Isto é o normal. Estamos combatendo uma pandemia, um cenário de tragédia jamais vivido por nossa geração. Mas já entendemos que precisamos cumprir os protocolos sanitários, respeitar a ciência, focar na vacinação em massa. Desejamos a todos os envolvidos, do corpo diretivo e docente a cada aluno e familiar uma fantástica volta às aulas. Que seja o recomeço tão necessário para que, a longo prazo, não sintamos os reflexos negativos da parada e sim as consequências positivas de foco e investimento em uma educação de alto nível para todos!

A chance de um país com menos desigualdade, com menos criminalidade e com mais oportunidade está em garantir que as únicas armas liberadas nesta nação sejam cadernos, canetas, livros e outros itens escolares.

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