Vivemos um ano com tanto a tratar. A debater. Por aqui, vamos de processos de “rachadinha” ao clima cada vez mais quente de pré-candidaturas a prefeito e vereador. Temos, claro, a luta diária contra a pandemia da Covid-19, causada pelo novo coronavírus.
Temos a aflição do conflito entre o zelar pela saúde de si e dos outros e de enfrentar as consequências amargas da recessão que se aproximava, mas que será ainda mais dura com a paralisação de boa parte das atividades econômicas.
Tem tanta coisa importante, mas há sempre espaço para uma pauta que só deve morrer quando o racismo morrer. Sim, vidas negras importam. E após séculos de escravidão e segregação, parece que finalmente o mundo está perto de se chocar com a realidade.
A morte de George Floyd é apenas mais um caso. Mas é o estopim para a revolta de uma população sufocada não só pela diferença de tratamento das forças policiais, mas, principalmente, pelo descaso com a desigualdade.
Vivemos em sociedades que não conseguiram exorcizar de vez os males causados pela escravidão. Não exercitamos o retorno ao passado para entender porque os escravos abandonados à própria sorte no fim do século XIX deixaram herdeiros que povoam as comunidades mais miseráveis deste país.
Não aplicamos políticas públicas e tampouco discutimos enquanto uma nação civilizada, como garantir condições de igualdade de competição para que a retórica da meritrocacia seja um fato real e não apenas um argumento raso de quem parte à frente do pobre e, consequentemente, do negro em várias corridas desta vida.
Quantos prefeitos negros já tivemos? Quantos vereadores negros já tivemos? Qual o percentual de negros em cargo de chefia nas esferas público e privada? Quantos negros se formam nas melhores universidades do país ? Quantos negros já tiveram a real condição de presidir o nosso Brasil? Não, não é obra do acaso. É obra de um racismo estrutural, um tema que muita gente ainda não está preparada para discutir.
Mas, ao que tudo indica, o sufoco dos pobres, que será ampliado com a recessão, reforçará a pauta. E precisamos nos acostumar a ela. E entender, na real, o que é ser antirracista. Basta de ideologias que indicam qualquer superioridade entre os humanos. Basta de culturas sociopatas de figuras como Adolf Hitler. Chega de autoritarismo, de nazismo, fascismo e racismo.
Para ficar em um exemplo, Jesus Cristo, que muitos acreditam ser o filho de Deus, pregava igualdade e não racismo ou a falsa ideia de meritrocacia. Vivemos como irmãos e estejamos preparados para um novo mundo. Um planeta que combata a desigualdade racial, social e estrutural. Basta!