A Covid-19, por sua projeção pandêmica, é uma doença que vai muito além de sintomas, complicações e tratamento. Uma pandemia mexe com a rotina de um planeta inteiro, não apenas dos indivíduos por ela acometidos. São várias as consequências, como o aspecto de exposição da desigualdade social e o sofrimento da economia.
É mais do que óbvio que a prioridade sempre deve ser a luta pela vida. Mas não podemos ignorar as demais ramificações deste cenário. A economia, por exemplo, que já vivia uma fase assombrosa, em um combo produzido pelas mãos incompetentes dos últimos e do atual presidente, está ainda mais em frangalhos. Vida não tem preço e dinheiro não vale mais que nenhum humano.
Porém, qual o país do mundo que não é refém do capitalismo? Nenhum! Em suas várias formas, este sistema dita as regras de uma nação e, no Brasil, não é diferente. Uns reclamam pela falta de dinheiro para as férias em Ibiza ou para levar os filhos à Disney. Outros, por não poder dar um pão amanhecido aos filhos.
Há outros segmentos do cotidiano atingidos pela pandemia e a Educação é uma delas. Estamos sem aulas presenciais há quase um ano. Em um país que sempre prezou pela desigualdade no ensino, com os endinheirados capazes de aproximar os filhos das melhores instituições e os mais pobres, muitas vezes, destinando a escola como o local de distanciamento da criminalidade e como refúgio na busca por um prato de comida, ver as escolas fechadas é, sem dúvida, um cruel retrato de que a pandemia coloca a todos em um mesmo navio furado. Por mais que saibamos muito bem quem é que usará os botes salva-vidas.
Pela relevância que a Educação tem na construção do país, mas ponderando todas as consequências de se liberar esta atividade em um momento de alta do contágio da Covid-19, é óbvio e reluzente que só há uma saída para resolver o conflito entre quem defende e quem é contra o retorno das aulas presenciais. O diálogo é o único caminho.
Infelizmente, fomos saqueados da oportunidade de sermos liderados, neste ciclo 2019-2022, por presidente e governadores de caráter conciliador. Enquanto eles só pensam na voz das urnas no ano que vem, precisamos, aqui em nosso reduto, convergir todas as ideias sobre o tema e, ao final do debate, chegar ao consenso sobre este assunto tão importante que é a escola e as aulas presenciais.
Prefeito, vice-prefeita, vereadores, membros de conselhos, escolas públicas e particulares, educadores, representações sindicais e pais de alunos. Se reúnam o máximo possível. Considerem o denominador comum como saída para o caso e dêem o exemplo de que a conciliação é um ótimo ensinamento para as nossas crianças e jovens.