segunda-feira, abril 21, 2025
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Editorial da semana: Até quando a dengue vai nos vencer?

Mogi Mirim vive em alerta máximo contra a dengue. As plataformas burocráticas de combate já foram acionadas, como decretar a situação de emergência. Há também o trabalho realizado de fato, com nebulização e limpeza de potenciais espaços de foco do mosquito transmissor desta doença tão simbólica. Raros exemplos são tão bons para elucidar que há inúmeras falhas comunitárias no laço população-governo.

De nada adianta o povo mirar as reclamações ao Poder Público se nada fizer para evitar novos surtos da doença. De nada adianta o governo direcionar as críticas ao desleixo da população se não criar uma constante campanha de combate à doença. É um problema em que ninguém sai imune.

Há mais de uma década ouvimos com frequência sobre a dengue. Sabemos como ela se espalha e quais os meios para evitar que isso aconteça. Sabemos que precisamos de uma cidade limpa, formada por cidadãos conscientes de que não podem ser tão sujos quanto o lixo espalhado em terrenos, vias públicas e outros potenciais ‘criadouros’ do Aedes aegypti.

Até quando vamos ignorar o fato de que a dengue é um problema de todos? Que é preciso cobrar cada vereador, cada membro do governo municipal e também o nosso vizinho, o nosso filho, nosso pai. A nós mesmos. A dengue não é só um mal que nos deixa acamados por alguns dias. Que possui sintomas insuportáveis e que só quem já teve sabe o quanto maléfica é.

A dengue mata. A dengue mata o prefeito ou o morador de rua. A dengue é democrática. O mosquito que a transmite não escolhe a sua vítima pela cor da pele, como muitos escolhem o seu funcionário ou escolhe trocar de calçada pela presença do outro. O Aedes não se importa se você é criança, adolescente, adulto ou velho. O Aedes não é misógino. O Aedes não está nem aí sobre qual é a sua opção sexual. O Aedes não quer nem saber se você é esquerda ou direita. O Aedes te pega. O Aedes nos pega.

E pode matar um desconhecido ou um ente querido. Ou você, que não está nem aí em evitar que esta doença prolifere. Ela pode matar, inclusive, aquele que passa o dia todo atento para que não haja criadouros em sua casa, mas que não tem o poder de dar jeito na casa do vizinho desleixado.
Quando a dengue mata, a sociedade mata.

Uma sociedade desleixada, que só lembra desta doença quando a Prefeitura resolve decretar estado de emergência, é cúmplice de cada morte. E é óbvio que a atuação do Executivo precisa ser mais constante. Se acham que fazem o suficiente durante o ano, precisam saber que não há estágio suficiente quando se fala em combater esta doença. Há sempre como fazer mais. Como fazer melhor. Como combater quem não a combate.

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