Você sabe qual a origem da divisão entre “esquerda” e “direita” na política? Comunismo é antítese de conservadorismo? Ou de capitalismo? E socialismo, progressismo e comunismo é a mesma coisa? Hoje em dia, várias destas expressões estão na “boca do povo”. Ainda que de uma maneira rasa, nos tornamos uma sociedade que fala de política.
Mas é inegável que a vocação de nossos políticos para o oportunismo causa uma confusão, que vai de terminologias das siglas dos partidos, até o real viés ideológico ligado a uma palavra. O PSL, por exemplo, é o Partido Social Liberal. Social é uma inclinação à visão socialista. E liberal, por aqui, é ligado à direita. O tal do “liberal na economia e conservador nos costumes”. Mesmo que, por exemplo, nos EUA, os liberais sejam aqueles mais à esquerda.
E olha que por lá, entre Democratas e Republicanos, não exista e de fato, um partido de esquerda. Até porque ele remete ao comunismo. Ligado à antiga União Soviética e à China, nações que rivalizaram ou rivalizam com o capitalismo norte-americano. Por mais que o comunismo, de fato, seja uma forma de capitalismo.
Voltando ao Brasil, Lula, ícone da atual esquerda, viu em seu governo os bancos registrarem lucros recordes, um símbolo do sucesso capitalista. Que contrasta com as ideologias proletárias, ou seja, do trabalhador. E ele estava no (?) Partido dos Trabalhadores. Com a esquerda melhor combina programas como a renda básica, apropriada, com orgulho, pelo “direitista” Bolsonaro.
O atual presidente, aliás, nunca foi fiel a partidos. Passou, entre oito legendas, pelo PP, que apesar de ter Paulo Maluf (candidato dos militares na eleição presidencial de 1985) como grande figurão, era a sigla de Partido Progressista. E o progressismo é definido como um item da esquerda e um contraste ao conservadorismo.
Conservadorismo que usa a bandeira nacional quase que como um símbolo próprio, mesmo que, apesar da expressão “ordem”, também esteja ali o “progresso”. E progresso, como dito, está alinhado aos progressistas… Falando em bandeira, uma frase atual deste país polarizado é “a nossa bandeira jamais será vermelha”.
É uma expressão à direita, sobretudo, contra o PT. O interessante é que a bandeira pode não ser vermelha, mas o Brasil está acima de tudo. Brasil que é um nome que vem do pau-brasil, também conhecido como pau-vermelho e que tem, em seu interior, uma madeira vermelha. Vermelha como brasa. Como Brasil…
Isto é Brasil. A política é humana e nós somos amplos. Diferentes em muito. Iguais em muito também. É por isso que dá para ver esquerda e direita juntos. Mas, agora, em um 2020 polarizado, até que ponto não estão como água e óleo? A eleição deste ano, em âmbito local, tem tudo para ser uma boa amostragem. No dia 15 de novembro, veremos o resultado deste teste.