Estamos próximos de encerrar mais um ciclo. E não vamos fugir da pieguice que é passar por esta época e fazer retrospectivas e perspectivas. Vamos sim falar que 2020 foi um ano insano. E que devemos ser gratos por estar passando por ele, principalmente com saúde. Este foi o tema central deste ano, que só acabará mesmo quando estivermos imunizados coletivamente desta doença cruel chamada Covid-19.
Mas e quando estaremos curados do egoísmo? Da doentia que se tornou a guerra travada entre os bajuladores de políticos? Até quando olharemos discursos óbvios de humanidade, de empatia e de afeto como um oásis? Tudo culpa dos que tornaram tão nebulosa uma instituição que é natural a todos nós, a política.
Falando neste tema, por aqui, chegamos ao fim da “Era Carlos Nelson”. Deixou seu legado, entre feitos bons e ruins. O que é natural. Mas, o mais importante, é que o fim de seu ciclo é mais um caminho para a renovação. Não que Paulo Silva, que o venceu, signifique isso. Pelo contrário até, já que nos serviu como prefeito entre 1997 e 2004.
E esta afirmação também não quer dizer que os outros seis concorrentes do pleito deste ano eram o ideal. O que insistimos aqui é que precisamos de novos ares na política. Respeitar o que foi construído por quem passou e torcer para que novas lideranças surjam, avessas ao “perseguismo” e ao vale tudo para se manter no poder.
Aliás, um recado aberto ao próprio Paulo Silva. Seja aglutinador. Mantenha suas convicções, mas sem perder a capacidade de ouvir o contraditório. Seja o que exclamou logo após ser confirmado prefeito eleito. Seja um prefeito de todos. E todos queremos um 2021 com um comércio forte. Com uma indústria forte. Com mais oportunidade para todos. Com mais igualdade.
Convenhamos, isto não se constrói em um ano, mas já é tarde para começar. Afinal, estamos atrasados em relação a um racismo estrutural, por exemplo, que só é negado por quem não consegue compreender a linha histórica que nos levou a este problema. Porém, 2020 nos deu o claro recado de que a luta antirracista não é uma chuva de verão. Ela veio para ficar.
Que tenhamos em 2021 uma saúde de qualidade para quem pode pagar pelo mundo e para aqueles que nada podem pagar. Mais educação e segurança. Mais cultura e esporte. Que seja o ano da salvação do Mogi Mirim Esporte Clube. E da reconstrução da nossa Santa Casa. Que Mogi Mirim cresça. E que nossas vizinhas cresçam também.
Que seja um ótimo ano para os clientes, leitores, colaboradores, parceiros e amigos de O POPULAR. E que seja um ótimo ano para os nossos concorrentes também. Afinal, desejar um mundo menos egoísta e mais fraterno, compreensivo e humano não pode ficar apenas no discurso. Venha em paz, 2021. É hora de colocar em prática os ensinamentos que 2020 nos deu.