A semana foi de novidade no âmbito esportivo. O Mogi Mirim Esporte Clube teve a sua volta às competições profissionais oficiais anunciada. O clube ainda vive batalhas judiciais, mas teve este alento desportivo. Um movimento que fez membros da diretoria que tomou posse do clube em julho de 2015 reaparecer. E com feição de salvadores. Heróis.
Oras, como um grupo responsável pela maior derrocada da história de um clube de mais de 100 anos, pode ser tratado ainda como o sopro de esperança por dias melhores? A avaliação é simples. Pegaram o Sapão da Mogiana na Série A1 do Paulista, caíram três vezes seguidas e ainda conseguiram ficar fora do profissionalismo após 42 anos seguidos em plena disputa.
A dificuldade daquele que causa ou protagoniza dano é que qualquer reparo é mera obrigação. No caso, para se cumprir esta obrigação os dirigentes que das quedas participaram precisam recolocar o clube no estágio em que encontraram. Ou seja, na Série B do Brasileiro e na elite estadual. E ainda sem processos trabalhistas ou dívidas com fornecedores.
Com o patrimônio na mesma ordem em que se encontrava lá atrás, em 14 de julho de 2015. E olha que Rivaldo Ferreira, o antecessor, já havia sido protagonista de perdas, por mais que, desportivamente, tenha colocado o clube em nível superior ao que encontrou, no final de 2008.
Além de demonstrar despreparo nos anos em que esteve à frente, o grupo que liderou a queda do Sapo inspira confiança a quem de que será capaz de pagar a citada dívida? De cumprir com a citada obrigação? Nos embates jurídicos, somos quase que meros expectadores, além de não termos condições legais de assumir o papel de julgador.
O que o mogimiriano precisa entender de uma vez por todas é que, no cenário esportivo, nos resta apenas piedade humana ao tratar da diretoria que esteve à frente do Mogi nestes tristes anos. Se grande parte da cidade se coloca como indiferente a todo este caos, aqueles que vivem nos meios esportivos precisam olhar a estas figuras, a todo instante, lembrando que são os responsáveis pela pior sequência desportiva do clube, além de nos brindarem com uma pauta de batalhas jurídicas e processos por dívidas.
Se a Justiça vai definir o grupo ‘A’ ou ‘B’ como responsáveis pela direção do clube, nos resta aguardar. Mas, uma constatação é certa. Não importa para que lado o vento esportivo do Mogi sopre nos próximos anos, lembremos sempre. O período de maior caos administrativo e esportivo do clube que se tornou a principal bandeira da cidade pelo Brasil e pelo Mundo, desde 1903, tem nome e sobrenome. É Luiz Henrique de Oliveira.