sábado, abril 19, 2025
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Editorial: O fanatismo político não pode ter vez

O novo coronavírus já matou milhares de vidas em todo o planeta. Porém, mais destruidor que os efeitos clínicos desta doença, só a exposição da nossa ganância. Graças a esta pandemia, conhecemos a verdadeira face de muitos cidadãos de bem. Chegamos ao ponto de se discutir a quantidade de mortes aceitáveis em meio a uma crise de saúde pública. Qual a estatística aceitável para salvarmos a economia do país? A resposta é óbvia: zero. Infelizmente, já perdemos esta guerra.

Ainda assim, precisamos nos unir para que o número seja o menor possível. Assim como precisamos nos unir para recuperarmos a nossa economia. Não podemos estar nem à esquerda, nem ao centro e nem à direita para que o barco não afunde. Neste momento, há outra batalha pela frente. Uma em que o rival é invisível e desconhecido. Que não conhecemos vacina e remédios com eficácia comprovada no combate. Precisamos de todos em um mesmo propósito. De cuidar da vida de cada um. De isolar, se for preciso. E de proporcionar o melhor cenário econômico para cada um.

Que todos possam incentivar o comércio local. Que o comércio local valorize os meios locais. Que se valorize a mão de obra local. Que lutemos por mais igualdade social para que cada um tenha oportunidades iguais nesta vida. Não é uma batalha de hoje. É uma guerra travada ontem, hoje e amanhã. Sempre!

E seja na batalha contra uma pandemia ou pela reconstrução econômica, não podemos ser tão facilmente manipulados por aqueles que deveriam nos liderar de forma humana, conciliadora e igualitária. Não podemos ser as marionetes.

Lulistas ou bolsonaristas. Viúvas de Sarney, Collor, Itamar, FHC e Temer (será que estas últimas existem?). Lambedores de botas dos líderes dos anos de chumbo. Não importa a cor da sua bandeira, se é radical ao ponto de achar que só existe a sua verdade, você é um gado pronto para ser conduzido ao abate. E, como vivemos em um mundo em que a interpretação de texto é falha ou preguiçosa, que fique claro.

O problema não é ter mais afinidade política com A, ter aversão a B ou pura e simplesmente ser um eleitor de C, D ou E. O problema é o fanatismo. É tratar seu líder, destro ou canhoto, como uma divindade. Como um ser mitológico. Afinal, enquanto nos desarmonizamos aqui embaixo, lá no alto, os que se acham poderosos ao ponto de precificar a vida daqueles que os elegem se abraçam até quando dizem se odiar.

E, nada melhor para o continuísmo, que uma comunidade feita por bestas decoradas com cabresto, prontas para debates em que o contrário nunca está certo. Reflita. Debata com a gente. Esperamos que pense o contrário e nos induza a refletir de outro ponto de vista. Só não desrespeite o oposto. Afinal, só existe uma verdade suprema: não existe verdade suprema!

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