O Mogi Mirim Esporte Clube vive um dos momentos mais importantes de sua história. Infelizmente, se tornou comum nos últimos anos que as decisões estejam nas mãos de pessoas de terno e gravata e não nos pés de homens com chuteira. Para que o cenário principal do clube seja retomado e a cidade possa voltar a sentir orgulho de seu patrimônio esportivo, é preciso participar e acompanhar este jogo.
O cenário político do clube tem neste mês de novembro um momento especial, com a realização das eleições, seguindo determinação estatutária. O prazo está cada vez mais curto e a convocação por parte do atual presidente, Luiz Henrique de Oliveira já está aí. Até o dia 30, é obrigatória a realização de um pleito para que a diretoria do biênio 2020/2021 seja eleita.
A configuração atual é de uma rara briga de chapas. Luiz Henrique mantém a dele e briga pelo quarto mandato seguido. Celso Semeghini, que foi diretor de patrimônio do clube na ‘Era Wilson de Barros’, é o representante do grupo opositor. E não parece haver caminho mais saudável para o clube que uma disputa real e leal pelo comando administrativo.
Oliveira se tornou o símbolo de um período catastrófico, com o aumento das dívidas e a queda tão absurda do futebol que o clube ficou até sem competição oficial. Mesmo assim, possui respaldo da Justiça desde os primeiros passos, lá em 2015 e está mais uma vez apto a concorrer. O desejo, porém, de qualquer democrata e legalista é de que ele esteja no páreo, mas com a devida concorrência.
O próprio Oliveira sempre se colocou como um ‘cumpridor de decisões judiciais’. Uma das recentes que envolve o clube já transitou em julgado e garante ao grupo opositor o direito de ser sócio e de participar do pleito. Autorizados por uma Justiça que se cumpriu a expectativa de lentidão, mas de isenção, quando o assunto era o Sapão da Mogiana, que os dois grupos pleiteiem de fato os cargos que estão em jogo. E que só haja um vencedor desta eleição. O Mogi Mirim Esporte Clube.
Até porque o momento do clube é o pior em sua mais que centenária história. A má gestão de Rivaldo, que foi incapaz de captar recursos e tornar o Sapão um clube autossuficiente, somada à sucesso desastrosa, que encavalou
descensos e dívidas, colocou o Mogi em um limbo jamais visitado em sua história.
Em um pleito justo, com situação e oposição brigando pela posse da ‘caneta’, a democracia respira aliviada e o clube pode, enfim, ter a paz jurídica que se tornou uma ilusão nos últimos anos. O Mogi precisa ser reconstruído e os passos que serão dados a partir da eleição deste mês dirão muito sobre como o futuro será. Ou o Sapão caminha de fato para o leito de morte ou retornará para os tempos de glórias.