Dinheiro que é bom, nem todos tem. Não vivemos uma fase fácil em meio a uma era dominada pelo capitalismo. Não o político. Sim o da essência. Raros são os humanos que não vivem à mercê das finanças, dos cálculos para a sobrevivência ou para a ostentação. Também é um período de constante inconsistência econômica.
Há anos ouvimos falar em crise. É um fenômeno global, não há dúvida. Há países tão ou até mais quebrados que o Brasil. Por mais que esta crise contemporânea não seja aquela em que quem vivia envolto a modormia esteja hoje à caça de comida para não morrer. Quem já vivia assim, segue assim. No lixo.
O que há, de fato, é uma insegurança gigante para investir. Oxalá gastar. É a farra perfeita para uma classe. Daqueles humanos raros, que não sabem quantas casas numéricas o seu patrimônio alcança. Estes, manipulam a mim, a você e decidem até quem vai parecer que te manipula. Ou que te governa…
Em sua maioria, este grupo é formado por magnatas do sistema financeiro. Os bancos estão nesta onda que, por “população”, está mais para uma marolinha. A grande farra destes especuladores está na capacidade de transformar a crise alheia em faturamento. Lucro. E os empréstimos são as boas cartas na mesa destes multimilionários.
Com todo este contexto, como fazemos para olhar com bom grado ao empréstimo efetuado pela Prefeitura Municipal de Mogi Mirim junto à Caixa Econômica Federal (CEF). Na terça-feira, 3, o prefeito Carlos Nelson Bueno foi até Piracicaba assinar dois contratos de empréstimo, totalizando R$ 13.793.000,00. O discurso é de que o montante garantirá desenvolvimento urbano para o município e permitirá a geração de empregos.
O problema é que tudo isso ocorreu em meio a um superávit orçamentário de R$ 27 milhões, divulgado com pompas dias antes. Em meio a um mérito louvável, diante de uma crise global, o de fechar um exercício com dinheiro em caixa, vem a notícia de que esta mesma gestão ‘da conta no azul’ precisa de empréstimo para promover obras? E justo em ano eleitoral? Em ano em que o prefeito atual tem direito a sair candidato à reeleição?
Será que, de fato, este empréstimo era necessário? A Prefeitura, parece óbvio, responderá que sim. Mas, com uma grande capacidade de endividamento, o Executivo coloca o nosso dinheiro em xeque com este cheque de alto padrão.
Não estamos em uma era para esbanjar. Ainda mais com a tal da coisa pública, com o dinheiro do suor de cada contribuinte. É preciso muito zelo e é, obrigação de todos nós, ficarmos atentos a cada movimentação financeira tomada pelos guardiões do nosso sagrado dinheirinho…