terça-feira, novembro 19, 2024
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Editorial: Que se espalhe o vírus da fraternidade

A comunidade católica de Mogi Mirim celebrou ontem mais um Dia de São José. O padroeiro da cidade, por pouco, não teve a sua festa realizada sob quarentena. Vivemos um período ímpar na história. Não são todos que passam por aqui em época de pragas. De pandemias. Da evidência da insignificância humana perante outros seres vivos que habitam o nosso planeta. Os vírus são apenas alguns destes animais que deveriam nos deixar em alerta o tempo todo.

E vale muito nessa hora. Inclusive a fé. O que não vale é a intolerância. O que não vale é a ignorância. O bem comum sempre deve estar acima de tudo e todos. Mas, em momentos de crise humanitária como esta, ainda mais. Nós, aqui na terra que nascemos sob as bençãos de São José, não estamos imunes. Bem pelo contrário.

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) é um assunto sério. É global, como o próprio termo técnico sugere. É um momento de colocar o “nosso” acima do “meu”. De seguir as orientações e determinações das autoridades. É momento de caos? Não. É momento de pânico? Não. Mas, aqui no Brasil, ainda estamos com a oportunidade de minimizar os terríveis danos causados por esta nova praga.

Não podemos nos dar ao luxo de repetir países como a Itália, que ignoraram os protocolos básicos e, como consequência, estão com o seu sistema de saúde em colapso e com uma quantidade exorbitante não apenas de casos, mas de mortes. Não é o momento de politizar o assunto. De rivalizar visões. Não é o momento de facilitar a ignorância sobre um assunto tão sério. Os exemplos pelo mundo afora estão aí. Bem expostos. E, uma coisa é ser ignorante. A outra é querer ser.

Ainda se a defesa de certas visões proporcione o risco de outro ser humano enfrentar a doença. E, nos piores casos, a morte. Os casos de infectados pelo Covid-19 só crescem e a expectativa é de que a linha só aumente. É natural das pandemias. Por isso, precisamos estar preparados para enfrentar o momento de pico. Até porque, este surto vai passar.

Assim como tantas outras, como a Gripe Espanhola, do início do século passado, e uma mais recente, a Gripe Suína. Assim como com o coronavírus, elas têm em comum o registro de mortes. Uma, de milhões. Outra, de milhares. E, convenhamos, não importa se a mortalidade é baixa. A perda de uma vida já nos obriga a ser mais humanos.

A sermos solidários e com o pensamento em comunidade, como teve São José. E que, independente de nossa religião ou até da ausência dela, sejamos iluminados para superar esta crise de saúde da forma mais fraterna possível.

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