A economia não anda lá essas coisas, mas imbuídos
do espírito natalino comerciantes da cidade estão otimistas
O espírito natalino de fim de ano chegou. É a época de maior demanda para o comércio varejista. Época em que a luz de vela e a alegria do Natal se alia ao brilho das luzes da praça central da cidade, estimulando a benevolência dos homens.
A chegada do 13º salário aumenta significativamente o volume de dinheiro no mercado e o desejo de presentear. Essa maior circulação de capital associada ao espírito dessa época são, sem dúvida, fatores que incentivam as pessoas ao consumo.
E como não poderia ser diferente, esse espírito traz junto de si um otimismo sem tamanho para o comércio. Dependendo da área existe a expectativa de crescimento nas vendas este ano de mais de 30%, em comparação com 2018, que já foi um ano bom em relação a 2017.
Mas essa meta não é para todo mundo. É uma exceção que passa muito longe da regra. Na realidade para a grande maioria dos comerciantes da cidade, o que se pode considerar como atingível é algo em torno de 5%, em média.
Neste caso, haverá pouco motivo para comemorar. Porque não se trata de alta nas vendas, mas, sim, de recuperação de vendas, se levarmos em conta a crise econômica que assola o país desde 2014, e que, só agora, dá sinais de melhora. Ainda que pequena.
Em um ranking global de negócios, divulgado dia 23 de outubro pelo Banco Mundial, o Brasil ocupa apenas a 124ª posição entre 190 países. Esse ranking mostra que ainda engatinhamos quando o assunto é atração de investimentos, geração de empregos e renda, que afeta toda uma cadeia de bens de consumo.
Por outro lado, as reformas que estão sendo implementadas pelo governo federal trazem uma perspectiva otimista para o futuro, ainda que elas não sejam profundas como deveriam ser.
Além disso, é preciso nocautear a burocracia que entrava novos negócios, simplificando o sistema tributário, por exemplo, e facilitando o empreendedorismo e a formalidade de quem presta serviços.
Assim, pode-se sonhar com uma economia mais robusta, menos suscetível a fatores internacionais. Na esteira dessa perspectiva, o comércio se fortalece também.
Enquanto esse novo tempo não chega, deve-se criar maneiras de fazer do fim de ano, cujo faturamento, naturalmente, já dobra em relação a outros períodos, um momento único na vida das pessoas. Seja com a iluminação diferenciada da praça, com o sorteio de prêmios, atrações musicais, enfim, ações que proporcionem lazer e prazer, esta última palavra, diretamente ligada ao consumo, em dar e receber presentes e até mesmo presentear-se.
Afinal, todos querem ter um fim de ano gordo.