Em uma Administração Municipal que acumula inúmeros problemas herdados da gestão do ex-prefeito Gustavo Stupp e convive em meio a um caos financeiro, tendo praticamente que se reinventar para buscar colocar a cidade nos trilhos, o patinho feio das áreas, no caso, a Cultura, pasta de menor orçamento municipal e sempre tratada como última prioridade, em quase seis meses de gestão, é justamente a área que apresenta melhorias, embora singelas, dentro da Administração Municipal.
Homem de confiança do Prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), Marcos Antônio Dias dos Santos, o Marquinhos, secretário municipal de Cultura e Turismo, se não é especializado na área, tenta de todas as maneiras impulsionar e melhorar o setor em Mogi Mirim. Nestes primeiros meses, conseguiu reformar a sala de dança do Centro Cultural, abandonada nos últimos anos, e incrivelmente ainda sendo utilizada por alunos de aulas de dança semanalmente.
A situação era tão crítica, que além da precariedade em espelhos e barras, o piso da sala apresentava condições impróprias para a dança, com pedaços de madeira expostos e com risco iminente aos praticantes. Com uma parceria firmada junto a uma empresa especializada, ao custo de R$ 14,5 mil, a sala foi reformada e ganhou uma nova vida.
Agora, neste domingo, visando levar um pouco de lazer à população, que carece de eventos artísticos, culturais e musicais e se vê, muitas vezes, sem alternativa alguma para um no programa de final de semana que não seja bares, restaurantes, lanchonetes e cinema, a secretaria inaugura o batizado “Domingo do Samba”. Simples, consiste na apresentação de um grupo de samba, que durante pouco mais de 3 horas levará ao público os melhores do gênero musical. O evento se assemelha ao Samba da Estação, já realizado há anos e de grande sucesso em Mogi Guaçu.
Tanto o samba quanto a reforma da sala de dança podem parecer pouco para uma área que tem em uma de suas vertentes manifestar um conjunto artístico, social, linguístico, comportamental, entre outros, mas mostra que a Cultura começa a sair da UTI e apresentar sinais de melhora.
Entretanto, ela pode mais. Muito mais. Além de ações mais pontuais, era preciso olhar a Cultura com propósito voltado à interação e formação do ser humano. Em termos de lazer, outros gêneros musicais podem ser abrangidos. Muitos têm em uma simples aula de violão ou de dança de rua a oportunidade para transformar a vida. Descentralizar a Cultura é papel do Poder Público, dando acesso para toda a população, sobretudo a que reside em regiões mais afastadas.
Com trânsito na esfera estadual, sobretudo pelo bom relacionamento com o deputado Barros Munhoz, Marquinhos tem a faca e o queijo na mão para alavancar a área. A crise bate à porta, mas não é tarefa difícil pensar em projetos que beneficiem a cidade. É preciso hoje pensar no futuro do jovem de amanhã. Nada é impossível. Basta querer.