As frequentes quedas de energia em Mogi Mirim e os problemas causados na captação de água e o abastecimento dos reservatórios tornaram-se pauta de um encontro realizado no início da noite da última segunda-feira, entre vereadores e representantes da Elektro, concessionária responsável pelo fornecimento de energia para o município. Antes da sessão ordinária, o representante institucional da empresa, Eduardo Zornoff, esteve no plenário, acompanhado de outros dois técnicos da Elektro, a fim de repassar aos edis a atual situação do fornecimento de energia elétrica e as medidas tomadas para evitar novas quedas. Dentre as ações, tecnologia para detectar adversidades dentro da rede, procedimentos para reparos e preocupação com galhos de árvores.
“A Elektro está com uma força-tarefa em Mogi Mirim, desde semana passada, e que prossegue essa semana, um trabalho de podas preventivas, que são podas de livramentos, situações que os galhos têm contato com a rede e podem provocar redução de energia. Além disso, estamos fazendo inspeção nas nossas redes”, explicou.
“Não é só a poda, se você constata que existe uma cruzeta, de madeira, que não está em uma situação não tão boa, fazemos a troca. Temos nosso pessoal com equipamentos de termovisor, para ver se existe algum isolador com vazamento ou se tem alguma temperatura acima nos cabos, tudo isso são ações preventivas”, prosseguiu Eduardo.
Zornoff revelou que atos contínuos específicos também vêm sendo realizados em toda a rede, como ações preventivas para o serviço de água, em Mogi, a cargo do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), por meio de uma inspeção mais detalhada. “Estudamos oportunidades para que o sistema fique um pouco mais robusto, lembrando que, nessa época do ano, as redes estão mais suscetíveis”, disse, sem entrar em detalhes.
Dentro da rede responsável pelo atendimento ao serviço de água, a empresa vem promovendo um pente-fino a fim de analisar a possibilidade de podas de galhos de árvores. Caso seja constatada a necessidade de corte, a demanda será repassada ao Saae.
Água
A empresa trabalha com os chamados dispositivos inteligentes, aparelhos que conseguem fazer o monitoramento e religar a energia com segurança, à distância, em caso de queda. “Com o serviço de água, disponibilizamos um canal, mais do que uma linha vermelha, exclusivo só para o serviço, para que eles (Saae) tenham uma solução mais rápida para previsão do retorno da energia”, afirmou.
Uma linha de transmissão de energia, montada na cidade de Limeira, com extensão até a cidade de Araras, beneficiaria toda a região, segundo Eduardo. O investimento para a obra gira em torno de R$ 92 milhões de reais.
“Em algum momento, a rede vai desligar”, alerta Zornoff
O representante da Elektro foi claro ao dizer que, mesmo diante da tecnologia e das medidas tomadas para evitar as quedas de energia, novas interrupções temporárias poderão ocorrer. Eduardo citou como exemplo a atual realidade do país ao dizer que, em janeiro, o Brasil registrou o maior pico de geração de energia dos últimos 20 anos, obrigando um esforço redobrado de termoelétricas e hidroelétricas.
“Algum momento, a rede vai desligar, porque o sistema precisa desligar para garantir a segurança da população e dos colaboradores da Elektro”, colocou.
A afirmação tem como base avaliar as condições dentro da própria rede, a fim de garantir o fornecimento com o consumo exacerbado.
“As pessoas esquecem que do outro lado, tem uma distribuidora que precisa avaliar as condições da rede dela, pra ver se a rede está preparada para atender essa demanda. O serviço de água faz isso conosco, toda vez que tem necessidade do aumento de carga, ele comunica a Elektro previamente. Se você tem um disjuntor de 70 amperes, você tem um cabo compatível para 70 amperes. Se eu coloco uma carga superior, o disjuntor tem a obrigação de ser desligado. Então, situações como essa aconteceram”, alegou.
