No domingo, a população brasileira foi às urnas e, ao apertar cada uma das teclas, escolhendo quem irá representar a população brasileira no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional, no Senado e nas assembleias legislativas estaduais, talvez até sem ter a real consciência do significado desta ação, mudou o rumo do Brasil pelo menos nos quatro próximos anos.
Em épocas em que muito se comenta sobre as mudanças no processo político e de renovação nos poderes públicos, a Câmara dos Deputados teve sua maior renovação de candidatos, mais de 40% de novos deputados federais, o que não se via há mais de 16 anos. Por lá, seis novos pequenos partidos conquistaram cadeiras, contribuindo com uma pulverização partidária, que fez com que PT e PMDB fossem mais prejudicados. Mas ainda assim, esses partidos, juntamente com o PSDB, ainda são os três principais partidos presentes na Casa.
O mesmo se repete na disputa pela Presidência da República, com os mesmos partidos disputando a cadeira em um segundo turno. Apesar da renovação de nomes, mas não de partidos, o que se conclui é que as manifestações populares ocorridas em junho de 2013 em todo o Brasil fracassaram nessas eleições. O pífio resultado demonstra a incapacidade do brasileiro em somar forças em prol de um objetivo.
Em Mogi Mirim, o resultado também foi inesperado. Apesar de todas as facilidades para a realização das campanhas, como por exemplo, a internet, os candidatos da cidade não conseguiram atingir uma ampla votação, salvo o candidato a deputado estadual Massao Hito (PSB), ex-vice-prefeito, que teve mais de 5.862 votos, com uma estrutura de campanha visivelmente mais simples se comparada a outros candidatos locais.
Da mesma forma, surpreendentemente, Moacir Genuário (PMDB) conquistou quase 3 mil votos. Os outros candidatos não passaram dos 1,8 mil. André Mazon, que concorria à Câmara dos Deputados, com uma campanha mais ostentosa, conseguiu apenas 4.530 votos. Na cidade, o nome atraiu 3.054 eleitores. Os dados são, portanto, a prova, que, em uma disputa política muitas vezes desigual e injusta, o fator econômico não é garantia de um excelente resultado nas urnas.
A verdade é que a maioria dessas candidaturas servem mesmo apenas como uma projeção para as eleições municipais, para avaliar nomes de possíveis candidatos à Prefeitura em 2016 ou mesmo para a Câmara Municipal. É uma forma de analisar a aprovação e a rejeição de certos nomes, e começar a acertar os erros identificados na campanha, a fim de buscar chances reais de uma vitória no município. Para os vereadores, a campanha pode ser vista como uma forma de medir forças e de avaliar seu próprio mandato junto ao eleitorado.
Portanto, neste jogo de cartas marcadas, em que o resultado já é decidido previamente, quem perde é a população que confiou seu voto a um candidato local, mas que, enquanto as eleições forem tratadas como pesquisa e exposição eleitoral, dificilmente verá um representante junto aos poderes estadual e federal, defendendo a cidade como se espera.