A crise vivida pela Prefeitura, tanto financeira como administrativa atinge todas as áreas da Administração Pública, até aquela que o prefeito Gustavo Stupp (PDT) poderia ter brilhado. Marcado pela simpatia, personalidade descontraída e a notória afeição por festas, o legado de Stupp na área de lazer e cultura, até agora, é quase nulo. Se nos dois primeiros anos de seu governo, em 2013 e 2014, datas comemorativas, como o Carnaval e o Dia da Cidade, foram celebradas de forma tímida, neste ano o que se viu foi um desleixo com o lazer. A situação só piora se comparada à gestão de Carlos Nelson Bueno (sem partido) que em parte de seus oito anos de mandato trouxe shows de peso e ganhou popularidade.
No primeiro ano da era Stupp, a Administração se viu diante de um desafio. E logo de cara a primeira novidade. Os bailes nos ginásios Wilson Fernandes de Barros, o Tucurão, e Maria Paula, na Vila Dias, foram cancelados, com a programação de Carnaval levada para o Espaço Cidadão, local do gosto de Stupp, e pouco utilizado até então. Foram quatro bailes noturnos, com direito à redução de horário, das 20h às 1h, e duas matinês, além da programação na zona rural e no distrito de Martim Francisco. Ainda em 2013, o Dia do Trabalho teve o show de Mazinho Quevedo e a cidade recebeu a Virada Cultural, em parceria com o município de Mogi Guaçu, realizadas graças à Secretaria de Cultura do Estado.
O 7 de setembro foi marcado por um desfile cívico, com direito à fuga de Stupp contra manifestantes que o perseguiram e o 22 de outubro por uma série de shows com nomes midiáticos na música brasileira, como Munhoz e Mariano, Michel Teló, Cristiano Araújo, Lucas Lucco, Pixote, entre outros. Porém, nenhum mérito à Prefeitura, já que as atrações foram trazidas após uma iniciativa da Rádio Transamérica.
2014
Logo no início do ano, a Cultura viu o até então secretário André Mazon ser substituído por Francisco Scarabel, o Juninho, que encarou como primeira missão a organização do Carnaval, realizado nos mesmos moldes do ano anterior. O declínio na área começou a ser sentido na programação do Dia do Trabalho, quando em uma ação atípica, a Prefeitura preferiu palestras sobre emprego, atendimento e divulgação de vagas em aberto ao invés de shows, contrariando tudo o que havia sido realizado nos últimos anos. O resultado foi desastroso, com público fraco, cancelamento de palestras e críticas de Scarabel à população. “Se tivesse grupo de pagode teria 15 mil pessoas”, desabafou, na oportunidade.
Naquele ano mais uma Virada Cultural, com o show dos Titãs, acompanhado por 10 mil pessoas. Vindo da Prefeitura, apenas o Festival de Inverno de Mogi Mirim (Festimm) com a presença do cantor Zeca Baleiro. O Dia da Independência do Brasil e o 22 de outubro foram lembrados apenas por desfiles cívicos, sem nenhuma outra atração.
Neste ano, área ficou marcada por polêmicas
Neste ano o ápice da crise na cultura e lazer foi registrado em fevereiro, quando sob a justificativa da contenção de despesas, a programação de Carnaval foi cancelada.
O Dia do Trabalho não registrou nenhum tipo de evento, assim como a Independência do Brasil, com o cancelamento dos desfiles cívicos em cima da hora. Coube à Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm) organizar uma rápida solenidade na Praça Rui Barbosa.
O 22 de outubro contou apenas com o hasteamento das bandeiras e um desfile improvisado no Espaço Cidadão, muito pouco para representar a grandeza da cidade.