Em eleição cuja validade é questionada pela ala do investidor português Victor Manuel Simões, o dirigente Luiz Henrique de Oliveira foi reeleito presidente do Mogi Mirim para o mandato de janeiro de 2016 a dezembro de 2017. Apenas Oliveira pôde concorrer, pois a chapa de Simões, candidato a presidente, não foi aceita sob o argumento de não ter sido registrada dentro do prazo limite, o que é contestado pelo grupo do português. Desta forma, sob clima tenso, na noite deste sábado, a eleição ocorreu por aclamação. A surpresa na chapa de Oliveira, como presidente do Conselho Deliberativo, é o ex-presidente do Paysandu, Luiz Omar Pinheiro, que prepara sua mudança para Mogi Mirim para atuar ativamente no clube.
De aproximadamente 90 associados em condições de voto segundo os dados do grupo de Luiz, participaram da eleição 49 sócios. Diversos sócios ligados ao ex-presidente Rivaldo Ferreira não estiveram presentes. Diante da informação de que não poderia disputar, o grupo de Victor deixou o estádio, com a intenção de fazer um boletim de ocorrência. “Isso é uma pouca vergonha”, reclamou Victor, ainda no estádio, indignado com a situação. “Vocês têm que se acalmar”, dizia Omar.
Diversos associados do grupo de Luiz desconheciam o clube e foram acionados para que Oliveira pudesse ter maioria dos votos. Novos associados, de Guarulhos, cidade do vice-presidente eleito Vantuires Pinto de Oliveira, vieram a Mogi para votar. Uma van de Guarulhos foi estacionada na frente do estádio, em cena que gerou indignação do grupo de Victor.

Os advogados do grupo de Simões pretendem entrar com uma ação na Justiça para anular a eleição. Dois são os argumentos principais. Um é o questionamento referente à legitimidade de associados que votaram em Luiz. A ala de Victor mostrou um documento em que o quadro associativo tinha apenas 68 associados e não cerca de 90 como apontado por Luiz. “A maioria (dos novos) são desconhecidos que não fazem parte nem do clube nem da cidade, vieram de fora”, apontou o advogado do grupo de Victor, Antônio Franco Barbosa Neto, o Toninho.
O outro argumento diz respeito ao fato do Conselho Deliberativo do clube ter definido o afastamento de Luiz, acusado por Victor em representação de usar verba do Mogi Mirim para fins pessoais e de tomar medidas ditatoriais. Na decisão do Conselho, Victor, como vice, assumiu teoricamente como presidente. Registrada em cartório e divulgada à imprensa no dia 18, a ata afirma que o afastamento foi decidido em sessão extraordinária do dia 12. O grupo de Victor entende que, pelo fato de ter sido afastado, Luiz não poderia convocar as eleições. O edital de convocação foi publicado no dia 21, no jornal O Impacto, com data do dia 3.

Luiz não se considera afastado por entender que a ata de assembleia do Conselho que decidiu o afastamento foi “forjada”, garantindo não ter ocorrido nas dependências do clube. Em relação aos associados novos, afirmou que se o associado ficasse sócio hoje poderia votar, não havendo impedimento. “Se você chegar hoje no clube, quiser associar hoje e votar hoje, você vota”, frisou Luiz.
Porém, garantiu que as filiações já haviam sido feitas anteriormente, quando percebeu que estava sendo vítima de um golpe para tirá-lo do comando e buscou atrair novos sócios, pois a maioria até então apoiaria Victor.
Sobre a candidatura de Victor ter sido rejeitada, o grupo do português mostrou um documento em que aponta a chapa ter sido registrada no dia 13, dentro do prazo. Luiz diz que o documento não corresponde à realidade e garante que a chapa não foi registrada dia 13.
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