Moradores da ex-tranquila Vila São José vivem tempos de tormenta com um vizinho indesejado – o prédio abandonado de uma antiga fábrica, à rua Parisio de Almeida, endereço atual de andarilhos, usuários de drogas e até de traficantes e assaltantes armados.
A dor de cabeça é tanta que moradores do bairro foram à Câmara Municipal esta semana gritar por socorro. A professora aposentada Luciana Matsumori pediu aos vereadores para que seja dada uma solução para o problema.
“A Vila São José era um bairro tranquilo e de uns quatro anos para cá está violento por conta desse imóvel abandonado. Não tem um dia mais sem ocorrência policial. Queremos uma resposta”, reivindica.
A sugestão da moradora é para que, pelo menos, seja fechado o imóvel, em cumprimento do código de posturas do município. Trata-se de uma área de 5 mil metros quadrados.
Segundo a vereadora Maria Helena Scudeler de Barros (PSB), já foi pedido a demolição desse prédio, em 2007, mas suspenso pela Prefeitura logo em seguida.
Há informações de que os proprietários do imóvel querem, sim, colocar a antiga fábrica abaixo para dar lugar a um loteamento com 16 lotes, o que agrada a vizinhança.
“Mas a Prefeitura vai e embarga, sob a justificativa de que trata-se de um imóvel histórico”, observa a vereadora.
Imbróglio
O vereador Geraldo Bertanha, o Gebê (SD), informou que entrou em contato com o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) e garantiu que ele é, também, favorável à demolição desse prédio do terror.
“Acontece que a Prefeitura tem um documento do Centro de Documentação Histórica (Cedoch) avaliando o local como tendo importância histórica para a região”, comunicou.
Mas, adiantou que o próprio Cedoch não tem anseio nenhum em fazer o tombamento daquele prédio caindo aos pedaços, apoiando, portando, sua demolição. Ainda segundo o Gebê, a Prefeitura aguarda uma segunda avaliação da área para só, então, autorizar um novo empreendimento naquele local.
Enquanto isso moradores da então simpática Vila São José vão vivendo sob a ameaça de assaltos com arma na cabeça todos os dias.