Na madrugada de quarta-feira, um incêndio destruiu uma borracharia que funcionava à Rua Santa Mônica, 80, na Vila Bianchi, zona Sul da cidade. As fortes chamas levaram seis horas para serem controladas pelos bombeiros que atenderam a ocorrência.
Vizinhos teriam visto pelo menos duas pessoas em frente ao depósito de pneus em atitudes suspeitas. O imóvel possuía portões de grade, que pode ter facilitado o trabalho dos criminosos. Segundo o bombeiro Alexandre Salzani, a Brigada de Incêndio foi acionada por volta da 1h e o trabalho durou até as 7h.
“A vizinha me ligou por volta de 1h40 e ficamos com medo principalmente por causa dos botijões de gás aqui do restaurante”, disse uma funcionária que trabalha no restaurante Orla 7. “Se os bombeiros de Mogi Guaçu não tivessem vindo o bairro inteiro teria explodido”, ressaltou.
“Falta estrutura para a Brigada de Incêndio daqui. Chamaram os bombeiros de lá porque eles não tinham certo equipamento. Então enquanto eles não chegavam, o pessoal entrou pelo lado de trás e ficaram resfriando para não alastrar para o restaurante. Imagine só se o fogo chegasse nos botijões de gás de 360 quilos que tem aqui no restaurante”, disse Fabiano Souza Emílio.
Segundo o supervisor de vendas, o rescaldo aconteceu até as 6h da manhã. “Mas às 5h o fogo ainda estava forte e alto”, completou. O Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) também auxiliou na ocorrência, abastecendo o caminhão do Corpo de Bombeiros. Ao todo, dez homens atenderam a ocorrência.
Em vistoria da Defesa Civil com a Secretaria de Planejamento, ficou constatado que toda a parte estrutural do imóvel está comprometida. Cômodos ficaram em situação de risco de queda e o laudo aponta que é necessária uma intervenção imediata. A remoção dos resíduos e escombros ficou sob a responsabilidade da Gerência de Limpeza Pública.
Trabalhador relata angústia com a perda
O autônomo Jorge Mendonça da Costa assistiu de perto a rápida destruição de tudo que construiu há mais de uma década com o esforço de seu trabalho. Eram duas horas da manhã, quando recebeu um telefonema relatando a situação.
“A esposa do dono do restaurante me ligou, umas 2h da manhã, falando que o depósito estava pegando fogo”, contou. “Vizinhos me falaram que viram uma pessoa perto da grade tacando fogo na entrada. Eu coloquei o portão de grade justamente para as pessoas verem que não tinha nada de valioso, eram pneus velhos que eu tinha aí”.
A perda dos pneus e câmaras de ar que armazenava no depósito lhe renderam um prejuízo estimado em R$ 25 mil. “Mais as ferramentas que eu tinha, se for ver, devem custar mais uns R$ 15 mil”, contabilizou. Questionado se saberia informar quem poderia ter cometido o crime, Jorge diz que imagina quem pode ter sido, mas não possui provas.
Jorge trabalhava há 15 anos no local e não sabe o que fará daqui pra frente. “E agora, como vou fazer?”, questionou. Câmeras próximas ao local do incêndio poderão servir para a identificação dos criminosos.