Hoje, a partir das 14h, ocorre o Primeiro Encontro Negro de Mogi Guaçu, que tem como objetivo abordar temas relacionados ao cotidiano da população negra e debater sobre a fundação de um coletivo na cidade. A entrada no evento é aberta para qualquer pessoa. A organização do evento é de Luana Raquel Silva e de Júlio César Elias, ambos militantes do movimento negro há algum tempo.
“A ideia de realizar um encontro negro em Mogi Guaçu surgiu depois que eu e meu noivo (Júlio César) começamos a participar de eventos em outras cidades. Assim, vimos a importância da militância negra, e começamos a nos questionar que não seria necessário sair de nossa cidade para abordar assuntos tão importante para nós. Queremos dar visibilidade ao negro e demonstrar que o racismo ainda existe. Só com o movimento seremos capazes de eliminar esse mal”, explicou Luana Raquel da Silva, que é advogada e militante do movimento negro.
Que o racismo existe é fato e que muitas pessoas negam também é. Há pessoas que acreditam que ele ficou no tempo, mas basta notar pequenas frases, gestos e até as notícias divulgadas em meios de comunicação para ter certeza de que o racismo continua presente. Luana acredita que com as redes sociais o racismo tomou uma dimensão ainda maior.
“Afinal, muitos acreditam que tudo pode ser falado e que nada é racismo. Infelizmente, é comum observarmos nas redes sociais comentários racistas acerca da estética do negro, da não aceitação do relacionamento de mulheres negras com homens brancos, e comentários de aversão aos negros que ocupam lugar de destaque. Em nossa região ocorre diariamente diversos casos de racismo, todavia é um crime de difícil configuração, e em muitas das vezes é configurado como injúria racial, a qual prevê uma punição mais branda”, ressaltou.
A formação do grupo visa, portanto, debater os temas, mostrar para a população o que é racismo e ensinar os negros como se defenderem.
“O que não podemos é nos calar quando nos deparamos com ele. Não temos em nossa cidade ações voltadas para a população negra, já está mais do que na hora deste quadro ser revertido”, finalizou.
Encontro
O evento será composto por uma roda de conversa em que serão debatidos temas como racismo, solidão da mulher negra, mercado de trabalho para o negro, a importância da militância negra e também estética. “Terá um formato mais informal para que todos se sintam à vontade em expressar opinião, por isso optamos por roda de conversa”, disse Luana.
Serviço
Data: hoje, domingo
Horário: a partir das 14h
Local: Rua Antônio de Freitas, n° 37, Parque Cidade Nova, em Mogi Guaçu – (Sede da Cia. de Teatro Parafernália).
Crédito do Grafite: Júlio César Elias (Miojo)