quinta-feira, novembro 21, 2024
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Encontro de Ferroviários celebra aniversário da Estação

Ocorre neste sábado, 27, a partir das 8h, o Encontro de Ferroviários de Mogi Mirim. O evento, promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo, acontece em comemoração aos 147 anos do prédio da antiga estação da Companhia Mogiana, que atualmente abriga a Estação Educação e funciona como Gabinete da Prefeitura.

Amantes da temática vão promover este encontro na cidade e ele acontecerá exatamente nas dependências da Estação. Estão previstas atrações com exposição, palestra, troca de histórias sobre a estação e as linhas da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro que passaram por Mogi Mirim. Apesar da entrada ser gratuita, há a necessidade de retirada de ingressos, que deve ocorrer com antecedência, no Centro Cultural “Professor Lauro Monteiro de Carvalho e Silva”.

E é sempre interessante lembrar que a trilha da história mogimiriana se mistura com os trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. No ano em que a cidade completa 253 anos da elevação de Freguesia de São José de Mogi Mirim à condição de Vila de Mogi Mirim, celebra-se também os 147 anos da inauguração da estação local, uma das primeiras da companhia. Em 27 de agosto de 1875 o prédio foi entregue à população.

Essa estrada de ferro nasceu em Mogi Mirim e por esse motivo tem o nome de Mogiana. Foi uma iniciativa de cafeicultores do município para modernizar o transporte crescente da produção do “ouro negro” na cidade e região. O antigo transporte do café era realizado por tropas de mulas, carros de bois e carroções, demandando grande perda de tempo e onerando custos elevados de fretes, até chegar ao porto de Santos.

No dia 5 de maio de 1872, no solar do coronel José Guedes de Souza, o Barão de Pirapitingui, foram subscritas 1.035 ações iniciais por 15 cafeicultores de Mogi Mirim, cinco de Campinas e um de Amparo, que foram nomeados para uma comissão destinada a promover a inscrição de novos acionistas.

O dia 1º de julho de 1872 marca a fundação da companhia, após assembleia geral, no Paço da Câmara Municipal de Campinas. Posteriormente, aconteceu a aprovação oficial do governo paulista, em 13 de novembro de 1872.

Três anos depois, em 3 de maio de 1875, foi concluída a primeira etapa do ramal entre Campinas e Jaguary. Ou seja, até Mogi Mirim, já que Jaguary (hoje Jaguariúna) era um distrito pertencente a Mogi. Em agosto, como já citado, o ramal totalizou 41 quilômetros. Para marcar a chegada até a estação central, em 27 de agosto de 1875, o então Imperador Dom Pedro II por aqui esteve, acompanhado, entre tantos, da Imperatriz Dona Tereza Cristina.

“Os augustos monarcas chegaram a Mogi Mirim às 15h30 daquele dia, sendo recebidos pela população com grandes festas”, relatou Antenor Ribeiro, o Monógrafo Filemon, em sua obra “Monografia da Cidade de Mogi-Mirim – Estudo de Aspecto Geográfico”. A família real se hospedou no solar do Coronel Guedes. Entre os discursantes, Antônio de Queirós Teles, a quem conhecemos mais por Conde de Parnaíba, nome de uma das vias mais importantes da cidade nos dias atuais.

Uma das ruas que cruzam com ela é a Doutor Ulhoa Cintra, em homenagem ao médico Antônio Pinheiro de Ulhoa Cintra, também conhecido como Barão de Jaguara. Teles e Cintra compuseram a primeira diretoria da Companhia Mogiana.

De acordo com o site Estações Ferroviárias do Brasil, especializado no tema, a linha-tronco da Mogiana chegou até o seu ponto final em 1886, na altura da Estação de Entroncamento, que somente foi aberta em 1900. Inúmeras retificações foram feitas desde então, tornando o leito da linha atual diferente do original em praticamente toda a sua extensão.

Em 1926, 1929, 1951, 1960, 1964, 1972, 1973 e 1979 foram feitas as modificações mais significativas, que tiraram velhas estações da linha e colocaram novas versões nos trechos retificados. A partir de 1971 a linha passou a ser parte da Fepasa. No final de 1997, os trens de passageiros deixaram de circular pela linha.

Estação
Próxima à área central da cidade, da estação mogimiriana, saía o ramal de Itapira, que chegava até Sapucaí, já em Minas Gerais. A “gare” foi desativada em 1979, quando os trilhos foram retirados. Funcionou um bom tempo como terminal rodoviário, depois de desativada em 1979.

O imóvel foi incorporado ao patrimônio da Prefeitura por ocasião da construção do trecho inicial da Avenida Adib Chaib e, desde então, serviu como terminal de ônibus urbanos, sede da Guarda Municipal e sede do Departamento de Educação, entre outras finalidades. Em 18 de maio de 2007, ocorreu a inauguração do Centro de Aperfeiçoamento do Magistério “Antônio de Souza Franco”. Hoje conhecido como “Estação Educação”, o local mantém, de alguma forma, parte da história local nesta relação com a ferrovia.

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