O cenário encontrado na Santa Casa de Misericórdia pela equipe interventora foi de devastação, segundo Rosa Iamarino, que exerce o papel de interventora dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) na entidade. A declaração foi dada na quarta-feira, ao lado do prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), da vice-prefeita, Lúcia Tenório, e da secretária de Saúde, Flávia Rossi, que fizeram um balanço da primeira semana de intervenção.
“Assim que entramos no hospital, encontramos um local devastado. Parecia que um tsunami, um terremoto havia passado por lá. As luzes todas apagadas, funcionários apreensivos”, relatou Rosa. Agora a situação já é outra, garante a equipe gestora.
Os funcionários do hospital, segundo a secretária Flávia Rossi, estão dispostos a ajudar durante a intervenção. “Existia a preocupação de funcionários com demissão… Muito pelo contrário. Eles estão nos ajudando muito”, disse.
No primeiro dia, foi constatado que equipamentos não estavam funcionando, como elevador e aparelhos de ar-condicionado da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e do Centro Cirúrgico, que não possuem janelas para a entradas de ar. A falta de insumos também foi verificada, desde papeis higiênicos a fios cirúrgicos.
“Não havia nem roupas que os médicos utilizam nas cirurgias. Essas roupas eram usadas e, ao final de uma cirurgia de 12 horas, por exemplo, o profissional a tirava e outro vestia a mesma. Alguns médicos chegavam a levar a sua própria roupa”, comentou.
Após a reabertura do setor de ortopedia, a reativação da UTI Neonatal é prometida para segunda-feira. “Já temos até bebês esperando por vagas”, comentou Lúcia, que dialoga com o corpo clínico do hospital. As cirurgias eletivas também estão sendo reiniciadas.
No terceiro dia de intervenção, os salários dos funcionários, referente a março, foram pagos, o que representa aproximadamente R$ 700 mil. Além disso, os encargos também foram depositados, na ordem de R$ 200 mil. Os pagamentos para prestadores de serviço, como os médicos, ainda não estão regularizados.