Uma assembleia geral extraordinária na quarta-feira, às 18h30, deve selar o fim da Era Rivaldo no Mogi Mirim. A assembleia marcada para a sede do clube, no Estádio Romildo Ferreira, foi publicada em edital na quarta-feira, em O POPULAR. O clube deve ser transferido para o comando de um grupo de empresários que tem como um dos integrantes Luiz Henrique Oliveira, que no ano passado teve atuação no Duque de Caxias enquanto diretor-executivo do grupo luso-brasileiro BIG.
Os associados foram convocados para a assembleia, que irá apresentar a renúncia de membros dos conselhos Deliberativo e Fiscal e da diretoria executiva, presidida por Rivaldo. Em seguida, haverá a eleição do presidente e vice, além dos membros dos conselhos para cumprimento do atual mandato que se encerra em 31 de dezembro. A assembleia terá a deliberação da conferência do título de sócio benemérito a Rivaldo, que manteria assim um vínculo com o clube. Em seguida, haverá a deliberação sobre contratos de interesses do clube e aprovação de contas.
Embora a renúncia de Rivaldo seja a tendência, oficialmente o dirigente e o clube ainda não confirmam. O advogado do Mogi, Betellen Dante Ferreira, garante ainda não ter nada concreto, explicando que tudo será esclarecido quando confirmado. Porém, nos bastidores a notícia é que Rivaldo já negociou o clube.
Em 2013, o Mogi chegou a anunciar em um evento a saída de Rivaldo e Hélio Vasone Junior, então seu sócio no comando do Sapo, foi apresentado como novo mandatário. No entanto, o negócio ainda não havia sido oficializado, houve discordâncias posteriores e Vasone é que acabou saindo. Em 2014, Rivaldo anunciou uma parceria com o empresário Adir Leme, que depois cancelou o negócio. Desta vez, o Mogi pretende primeiro oficializar com a assembléia para depois fazer o anúncio.
No ano passado, uma assembléia foi realizada para eleição do vice-presidente e de membros dos conselhos, após a saída do então vice Wilson Bonetti e de nomes ligados ao ex-dirigente. A nova vice eleita foi a esposa de Rivaldo, Eliza Kaminski Ferreira.
Histórico
Rivaldo assumiu o Mogi em 2008, sucedendo a família Barros. Para controlar o clube, pagou o valor divulgado de cerca de R$ 1,8 milhão, referente a dívidas do Mogi com a família Barros. Depois, como pagamento de parte da dívida de empréstimos feitos ao Sapo, Rivaldo se tornou proprietário dos CTs. No último balanço, o Mogi fechou 2014 devendo mais de R$ 10.457.960,00, sendo R$ 10.364.840,00 a Rivaldo e R$ 93.120,00 com a CSR, empresa do jogador.
Empresários já atuam ativamente no clube
Anteriormente, se discutia uma parceria com o grupo de empresários, mas o caminho acabou sendo a saída de Rivaldo. Os parceiros já têm participação ativa no clube. Jogadores ligados ao grupo, como Bruno Veiga e Ortigoza, já atuam no Mogi. A decisão de demitir Aílton Silva e contratar o técnico Sérgio Guedes foi tomada em conjunto com o grupo. Nesta semana, o preparador físico Márcio Camacho, ex-Duque de Caxias, chegou ao Mogi.
Entre os temas que devem ser questionados no anúncio da transferência estão os valores envolvidos no negócio, como será paga a dívida com Rivaldo e o destino dos CTs. Uma hipótese é que o clube continue utilizando os Centros de Treinamento por um período e depois viabilize outro local.
Apesar da saída da presidência, Rivaldo deve continuar no elenco do time. O desejo de deixar a presidência já havia sido externado em algumas ocasiões por Rivaldo, descontente com o aspecto financeiro e a falta de apoio da cidade, inclusive recebendo ofensas.